sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Brasileiro Vik Muniz Ganha Retrospectiva na França


O museu de arte contemporânea Collection Lambert abriga a primeira grande retrospectiva dedicada ao artista plástico brasileiro Vik Muniz na França. A mostra apresenta ao público francês 110 obras criadas com materiais insólitos como chocolate, diamante e caviar.

Segundo Yvon Lambert, um dos principais galeristas e marchands de arte contemporânea da França, Vik Muniz reinterpreta obras conhecidas do imaginário popular, criando "um mundo que é ao mesmo tempo familiar e diferente do original".

O artista explica que seu trabalho é acessível para todos, "do diretor do museu ao porteiro". "Eu não venho desse mundo. A primeira vez que meus pais entraram em um museu foi para ver uma das minhas exposições. Tenho isso sempre em mente e nunca imagino um público especializado", disse Vik Muniz, que critica "uma espécie de elitismo" da arte contemporânea.

As obras expostas em Avignon foram concebidas segundo o método que o deixou famoso: projetar uma obra no chão com um vídeoprojetor, reproduzi-la com materiais sólidos ou líquidos e ao fim fotografar a instalação.

Os visitantes da exposição podem assim ver retratos de crianças feitos com açúcar, Pollock e Freud em chocolate, uma Monalisa de geléia, divas de Hollywood em diamantes, monstros de caviar, entre outros.

Uma sala apresenta os retratos de catadores de lixo feitos por eles mesmos em um grande lixão do Rio de Janeiro com tampinhas de garrafa, plásticos e outros detritos. Esse projeto foi documentado no filme "Lixo Extraordinário", indicado para o Oscar.

A exposição "O museu imaginário" fica em cartaz em Avignon, no sul da França, até 13 de maio de 2012.


Imagem: V. Álvares
Texto: RFI

sábado, 24 de dezembro de 2011

O Universo Afro-Brasileiro de Rubem Valentim


Recriador do universo mítico afro-brasileiro, o artista plástico Rubem Valentim (1922-1991) construiu uma das trajetórias mais originais da geração projetada nos anos 50 e 60. Com telas, serigrafias, esculturas e relevos, o Museu de Arte Moderna da Bahia apresenta, até 12 de fevereiro de 2012, as diferentes fases do escultor baiano, que abriu caminhos para a utilização de signos africanos nas artes visuais.

Num manifesto de 1976, Rubem Valentim definiu o seu projeto estético: "Minha linguagem plástico-visual-signográfica está ligada aos valores míticos profundos de uma cultura afro-brasileira (mestiça-animista-fetichista). Com o peso da Bahia sobre mim - a cultura vivenciada, com o sangue negro nas veias - o atavismo; com os olhos abertos para o que se faz no mundo - a contemporaneidade; criando seus signos-símbolos procuro transformar em linguagem visual o mundo encantado, mágico, provavelmente místico que flui continuamente dentro de mim".

Situado no Solar do Unhão, um conjunto arquitetônico colonial cravado na costa de Salvador, o MAM-BA ocupa uma antiga capela com obras de Valetim, como parte da ideia de integrar o acervo do escultor aos espaços históricos. "A inserção do conjunto de esculturas Templo de Oxalá no espaço do Casarão vai potencializar o caráter monumental de sua obra", afirma a diretora do museu, Stella Carrozzo, no texto de apresentação.

Valentim é um dos grandes artistas da primeira geração modernista de artistas plásticos na Bahia, onde ainda prevalecia a pintura acadêmica, no início dos anos 40. Mário Cravo Júnior, Genaro de Carvalho e Carlos Bastos integravam esse grupo inicial de agitadores da província. "O artista deixou Salvador em direção ao Rio de Janeiro em 1957, com uma proposta estética definida - sua geometria como elemento do sensível - proposta esta que lhe deu, em 1962, o prêmio de viagem ao estrangeiro no XI Salão Nacional de Arte Moderna. Esta viagem, da qual não retornaria por cerca de três anos e meio, lhe ofereceria um novo horizonte no que diz respeito à Arte Negra e dos Povos Primitivos", narra o informativo biográfico.

O MAM promove também, em janeiro, debates sobre cultura, história e memória. Entre os temas, "Religiosidade e cultura: a presença afro-brasileira na obra de Rubem Valentim", seminário a ser ministrado pelo professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Ordep Serra, doutor em Antropologia.


Exposição: "Rubem Valentim"
Museu de Arte Moderna da Bahia - Av. Contorno, s/n, Solar do Unhão.
Terça a domingo - 13h às 19h
Sábados - 13h às 21h
Telefone: (71) 3117-6139



Imagem: Obra de Rubem Valentim (Foto: Luciano Oliveira)
Texto: Terra Magazine

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pesquisadores Descobrem Dois Sítios Arqueológicos de Arte Rupestre


Mais dois sítios arqueológicos de arte rupestre foram encontrados em Alcinópolis (MS), município localizado na região norte do Estado. A descoberta foi feita pelos pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

De acordo com o técnico da Secretaria de Desenvolvimento, Edilson Cotonette, os sítios estão na zona de amortecimento da Unidade de Conservação Monumento Natural Serra do Bom Jardim, onde estão concentrados vários sítios arqueológicos. Entre eles, o Templo dos Pilares, maior sítio arqueológico de Mato Grosso do Sul, com mais de duas mil gravuras e pinturas rupestres.

Os registros de reconhecimento dos sítios encontrados já foram feitos junto ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e os pesquisadores confirmaram Alcinópolis como a capital estadual da arte rupestre.

Imagem: Rodrigo Aguiar
Texto: Taryne Zottino (Correio do Estado)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Oswaldo Goeldi Ganha Exposição Inédita em Belém


As mais importantes obras de Oswaldo Goeldi (1895-1961), considerado um dos mais representativos nomes brasileiros da gravura em madeira, chegam a Belém (PA) para uma exposição inédita. Os 50 anos da morte do gravador, desenhista, ilustrador e professor serão relembrados em “Oswaldo Goeldi: poesia gravada” no Museu da Universidade Federal do Pará (UFPA), de 13 de dezembro de 2011 a 19 de fevereiro de 2012, por meio de gravuras, painéis, objetos, desenhos e livros. A curadoria é de Lani Goeldi, sobrinha-neta do artista e presidente do Projeto Goeldi. A produção é assinada pela Cult Arte Comunicação.

Oswaldo Goeldi teve sua primeira mostra individual em Belém, ainda em vida, em 1938, na Biblioteca do Arquivo Público. Depois disso, somente uma rápida passagem com a apresentação de painéis com ilustrações de referência sobre a obra dele, em 2001, por conta da inauguração do Espaço Arte Goeldi nas dependências do Museu Paraense Emilio Goeldi (Parque Zoobotânico). “Essa será a primeira mostra realizada após a morte do artista e, sem dúvida, a maior já feita sobre ele na cidade, considerando o número de peças e a importância das obras que serão expostas”, afirma a curadora Lani Goeldi.

Os visitantes terão a oportunidade de ver 59 gravuras originais (sendo 35 da Pinacoteca do Estado de São Paulo), assinadas pelo artista entre 1927 e 1960, além de desenhos, painéis, objetos, livros ilustrados e um vídeo inédito, especialmente feito para essa exposição. Entre as xilogravuras estão “Chuva” (cerca de 1957), a mais famosa xilogravura do artista e que encabeça um lista formada por obras como “Auto-retrato” (cerca de 1950), “Tarde” (1950), “Arraia” (1955) e “O ladrão” (cerca de 1955). “Nesta mostra será possível observar todas as fases do artista, desde os desenhos até as gravuras em preto-e-branco e coloridas”, explica Lani.

Serviço

Exposição “Oswaldo Goeldi: Poesia Gravada"
Local: Museu da Universidade Federal do Pará (UFPA)
Avenida Governador José Malcher, 1192 – Nazaré – Belém – PA
Curadoria: Lani Goeldi.
Abertura (somente para convidados e imprensa): 13 de dezembro, às 19h.
Visitação (aberta ao público): De 14 de dezembro de 2011 a 19 de fevereiro de 2012, de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, sábados e domingos das 10h às 14h, exceto feriados.
Visitas de grupos e escolas: (19) 3242-8340, das 9h às 12h com Julia ou Nilma.
Classificação: livre
Entrada franca.

Projeto Goeldi: www.oswaldogoeldi.org.br

Imagem: CHUVA, 1957, xilogravura de Oswaldo Goeldi
Texto: Josafá Vilarouca

domingo, 11 de dezembro de 2011

Livro: Arte Contemporânea no Século XXI - 10 brasileiros no circuito internacional


O mais novo lançamento da Capivara Editora foi idealizado por Bia e Pedro Corrêa do Lago e desenvolvido por Ricardo Sardenberg, reúne, num só volume, a carreira internacional recente dos dez artistas plásticos brasileiros de maior e melhor repercussão na primeira década do século XXI.

Os nomes de Artur Barrio, Miguel Rio Branco, Waltercio Caldas, Cildo Meireles, Tunga, Beatriz Milhazes, Vik Muniz, Ernesto Neto, Adriana Varejão e Rivane Neuenschwander destacaram-se naturalmente, selecionados com base num critério que considerou a presença em exposições individuais e coletivas nos principais museus e galerias do mundo, a participação nas grandes mostras de referência, como a Bienal de Veneza ou a Documenta de Kassel, a aquisição de obras por coleções e instituições prestigiosas, os grandes prêmios, a encomenda de obras públicas e a publicação de livros e catálogos fora do Brasil.

Há mais de dez anos que se ouve falar na inserção cada vez mais ampla da arte contemporânea brasileira no exterior.

Este fenômeno, apesar de constatado por muitos e comentado intensamente, não havia ainda sido estudado de maneira consolidada.

Com capítulos individuais dedicados à carreira internacional dos dez artistas – que trazem uma entrevista inédita de cada um, além de imagens de obras e exposições –, este livro vem responder à necessidade de identificar, entender, ordenar e quantificar a acolhida indiscutivelmente maior da arte brasileira fora do país na primeira década do novo século.


Sobre o autor: Ricardo Sardenberg é formado em História da Arte e Fotografia pela New York University. Foi diretor da Galeria Zabriskie, em Nova York, e colaborador da revista Bravo!. Trabalhou como curador e produtor na Pinacoteca de São Paulo, foi diretor da Galeria Camargo Vilaça, em São Paulo, e um dos idealizadores do Inhotim, em Minas Gerais. Faz hoje consultoria para coleções de arte particulares e representa, no Brasil, as feiras Art Basel, na Suíça, e Art Basel Miami Beach, nos Estados Unidos.


Texto e Imagem: www.editoracapivara.com.br

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Interações com a Arte Digital


O artista plástico cearense Wilson Neto expõe novas obras de sua fase atual, com intervenções digitais em desenhos, pinturas e fotografias

Ao longo de 15 anos de trajetória como artista plástico, Wilson Neto vivenciou diferentes fases, mas sem deixar de lado a pintura e o desenho. No momento atual, sua obra assume uma convivência muito próxima com a arte digital. Por meio de programas de edição e tratamento de imagens, ele transforma os desenhos e as pinturas produzidos manualmente. Uma linha de pesquisa que vem sendo abraçada por muito artistas nos dias de hoje.

Com esse novo direcionamento dado a sua poética, Wilson Neto criou 24 obras em arte digital. Trabalhos que estão incorporados a exposição Dezembro digital, em cartaz até 7 de janeiro, na Galeria Mariana Furlani Arte Contemporânea. Segundo o artista, a imagem digital traz inúmeras possibilidades de apresentação, devido aos diferentes tipos de suportes e formas de impressão, como o papel fotográfico, o adesivo e o PVC.

"Quando voltei a Fortaleza (ele morava em Sobral) por falta de espaço para pintar em grandes formatos, comprei uma câmera, um computador e do zero passei a experimentar uma linguagem até então desconhecida por mim: o digital. Depois me dei conta que óleo sobre tela e aquarela ainda poderiam conviver juntas no meu repertório. Gosto como o David Hockney, Chuck Close ou Jeff Koons experimentam os meios eletrônicos para fazer arte e colocam o computador até mesmo a serviço da pintura ou questionam esshttp://www.blogger.com/img/blank.gifa coisa de autoria, reprodução técnica ou obra única", explica.

Para o artista, as facilidades que o mundo contemporâneo oferece de continuar experimentando em reproduções rápidas e distintas superfícies, possibilita o criar, mas ele alerta: "claro que o que o olho sutil, o apuro estético e as boas ideias não vem com o Photoshop, os iPhone, Ipad da vida, o artista tem que ir provando, estudando, conversando, testando mesmo".

A individual também é composta por obras em técnica mista, como importante referência a base da produção do artista. Nestas prevalece uma de suas temáticas preferidas: a figura feminina, entremeada a coloridas estamparias.

Texto Original: http://diarionordeste.globo.com


Imagem: Wilson Neto
Texto: Ana Cecília Soares

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Urbe: Cultura Visual Urbana e Contemporaneidade


A Revista Urbe foi lançada nesta sexta-feira (dia 2) no SESC Centro de Porto Alegre, em evento que promoveu o debate com os autores dos artigos.

Gerar conteúdo capaz de orientar o leitor na sua compreensão da dimensão cultural, social e econômica da arte urbana que é produzida na forma de grafite, stickers, assemblages, vídeos, fotografias, poesia, moda e urbanismo, colagens, estêncil, performances, entre outras manifestações, transgressoras ou não, é a proposta da revista Urbe – Cultura Visual Urbana e Contemporaneidade.

“A Urbe propõe uma leitura sensível dos espaços urbanos por meio de relações entre imagens, arquitetura, paredes e suportes em que se estabelecem intervenções para estimular uma percepção mais atenta da cidade e uma consciência maior das possibilidades de ação no meio ambiente urbano”, afirma o curador editorial, Vitor Mesquita. Em cada edição, haverá uma sobrecapa com a obra de um artista em formato 74x30cm – a primeira será de Mateus GrimM. Com financiamento do Fumproarte, a revista tem produção e execução da Pubblicato Design Editorial, apoio do Instituto Estadual de Artes Visuais (Ieavi), Atelier Plano B, Sesc/RS e Ideograf.

Mais informações: www.portaldapropaganda.com.br


Texto e imagem: portal da propaganda