domingo, 30 de outubro de 2011

Bienal de Curitiba Disponibiliza Catálogo na Internet


A 6ª VentoSul - Bienal de Curitiba que está sendo realizada desde junho e se estende até dezembro de 2011 na cidade de Curitiba disponibiliza o seu catálogo na internet em formato PDF. Uma oportunidade para entrar em contato com a produção de arte contemporânea selecionada a partir do conceito curatorial “Além da Crise”.

A Bienal que já se consagra como uma das mais significativas mostras de arte contemporânea da América Latina, além de reunir obras de artistas de cinco continentes, estende as suas ações para mais seis cidades brasileiras: Brasília (DF), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Belo Horizonte (MG), Londrina e Cascavel (PR) e Florianópolis (SC).


Para baixar o catálogo basta acessar o endereço: www.bienaldecuritiba.com.br/2011/home/?secao=1#Catálogo"






Imagem: Bienal de Curitiba
Texto: Ednaldo Britto

domingo, 23 de outubro de 2011

Ocupym Wall Street. O Que a Arte tem Haver com Isso?



Por Ednaldo Britto

No dia 17 de setembro, pelo menos duas mil pessoas ocuparam o centro financeiro de Wall Street em Nova Yorque nos Estados Unidos, o que deu início ao “Ocupym Wall Street” movimento contrário as medidas tomadas pelo Sistema Financeiro Internacional em relação à crise econômica mundial. Diante deste fato, que aponta para uma mudança cultural no cenário americano, não podemos deixar de nos perguntarmos: O que a arte tem haver com isso?

Não é de hoje que alguns intelectuais vêm chamando atenção para a excessiva mercantilização do sistema das artes. Em muitas publicações recentes lemos coisas como: “Antigamente a posse de uma obra de arte dava respeitabilidade ao dinheiro dos muito ricos; hoje é o dinheiro dos muito ricos que dá respeitabilidade à obra de arte. Os valores inverteram-se: o dinheiro servia à arte, hoje a arte serve ao dinheiro” ou “Não se pode entender a ‘arte contemporânea’ sem passar pela livraria e pela bolsa de valores”. Estas observações feitas pelo jornalista Luciano Trigo e pelo escritor Affonso Romano de Sant’anna, respectivamente, coincidem com as críticas que estão sendo feitas também no campo da educação, das pesquisas científicas e, curiosamente, no campo religioso, sobre as influências do mercado financeiro no cenário mundial.

Em 2006, foi publicado no Brasil o livro 'Privatização da Cultura: a intervenção corporativa nas artes desde os anos 80' da pesquisadora Chin-tao Wu, especialista em arte e cultura contemporânea integrada a Universidade College da Inglaterra. Em seu livro Wu observa: “(...) a influência empresarial é hoje muito grande em todas as fases da arte contemporânea – produção, disseminação e recepção”. Ainda no texto de apresentação do livro de Chin-tao Wu, Danilo Santos de Miranda ressalta “(...) a banalização dos produtos culturais e artísticos, tornados tão evidentes pelas indústrias culturais da sociedade de massas, parece emergir de modo diferenciado na era da globalização. As novas estratégias de difusão em escala planetária têm atuado de modo que atenda às características mais específicas dos mercados”.

Portanto, embora saibamos que as relações dos artistas contemporâneos com o capital financeiro atual sejam bastante diferentes do comportamento anti-burguês dos artistas do final do século XIX, não podemos deixar de observar com certa preocupação que a arte contemporânea, mantendo-se na trajetória da total assimilação pelo mercado ou pelas instituições estatais, corre um sério risco de ser transformada em mero entretenimento sem qualquer significado cultural mais relevante. Sendo assim, cabe avaliarmos até que ponto a tão propalada autonomia da arte se mantém como algo concreto na contemporaneidade, ou se já não passa de uma velha convicção modernista inviabilizada pela atual relação entre arte e mercado.


Referências

Cauquelin, Anne. Arte Contemporânea: Uma Introdução. São Paulo: Martins, 2005.
SANT’ANNA, Affonso Romano. Desconstruir Duchamp: Arte na hora da revisão. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2003.
SMIERS, Joost. Artes Sob Pressão: Promovendo a diversidade cultural na era da globalização. São Paulo: Escrituras, 2006.
TRIGO, Luciano. A Grande Feira: uma reação ao vale-tudo na arte contemporânea. Rio de Janeiro: Record, 2009.
TAYLOR, Roger L. Arte, Inimiga do Povo. São Paulo: Conrad Editora, 2005.
VISENTINI, Paulo G. Fagundes & Pereira, Analúcia Danilevicz. História do Mundo Contemporâneo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
WU, Chin-tao. Privatização da Cultura: a intervenção corporativa nas artes desde os anos 80. São Paulo: Boitempo, 2006.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Exposição "Lugar Indeterminado" de Armando Sobral em Belém.


A Elf Galeria traz exposição de desenhos e gravuras de Armando Sobral - Há quem pense que o lugar da arte é no museu. Para o decorador, arte fica bem em determinadas paredes. Já o colecionador acredita que arte fica bem em qualquer lugar. Para o artista, porém, o lugar da arte é no coração - ou, como expressa o artista visual Armando Sobral, "um lugar indeterminado, que parte da memória e não da observação do fato". A partir desta impressão, Sobral produziu uma série interessante de gravuras, utilizando o Chine-collé, que é um tipo de impressão que permite ao gravurista transferir imagens de uma matriz rígida para materiais mais delicados, no caso, a tela, proporcionando um efeito impressionante de leveza. Graças a esta característica do método de impressão, Sobral deu vida a uma série floral bastante delicada: são 10 obras que podem ser vistas na mostra Lugar Indeterminado, que abre para convidados neste sábado na Elf Galeria.

Armando Sobral nasceu em 1963. Paraense, artista plástico, curador pesquisador da arte, com graduação em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP/SP. Possui reconhecimento fora do Estado e já participou de diversas mostras nacionais e internacionais (Espanha, Canadá, Japão, Estônia, Rep. Tcheca, Argentina, Polônia, Noruega, México, Cuba, Alemanha).


Serviço

“Lugar Indeterminado”, mostra de desenhos e gravuras de Armando Sobral Vernissage para convidados: 22 de outubro às 11h Visitação: 24 de outubro a 30 de novembro de 2011 De segunda a Sexta-feira, de 10 às 13h e de 15 às 19h Aos sábados, de 10 às 14h Elf Galeria – Av Gov. José Malcher, Passagem Bolonha, no 60 – Nazaré - Belém / PA Fone (91) 3224 0854 – 9985 7647

Imagem e texto: ELF Galeria

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mostra de Vídeo Reúne Trabalhos de Artistas Latino-Americanos no Centro Dragão do Mar


A mostra Vídeo Outra Vez será aberta nesta terça-feira, dia 18, às 19h30 no Museu de Arte Contemporânea, reunindo trabalhos de onze renomados artistas latino-americanos. Com curadoria de Patrick Hamilton, a maioria das produções podem ser compreendidas sob a perspectiva da arte política, refletindo a respeito da realidade social, econômica e política que se desenvolvem em torno da globalização.

Em formato mono canal, a exibição apresenta olhares e recortes que abordam problemáticas da realidade latino-americana nos dias atuais, questionando situações de violência, narcotráfico e imigração, assim como questões de geopolítica e outras vinculadas a história da arte.

Em termos de linguagem audiovisual, a maioria dos vídeos selecionados nesta mostra privilegiam o enquadramento único, em que os registros são cúmplices e testemunhas mudas de ações provocativas e simples, predominando a visão subjetiva de cada autor.

A mostra reúne trabalhos de Teresa Margolles, Santiago Sierra, Alberto Baraya, Jota Castro, Dario Escobar, Alexander Apóstol, Yoshua Okón, Juan Fernando Herrán, Regina José Galindo, Iván Navarro e Tania Bruguera.

Serviço

Abertura da Mostra Vídeo Outra Vez – Exibição de trabalhos de onze artistas latinos americano – Terça-feira, dia 18, às 19h30 no Museu de Arte Contemporânea. Acesso Livre. Classificação 18 anos.


Imagem: Obra de Santiago Sierra
Texto: Centro Dragão do Mar

sábado, 15 de outubro de 2011

Ensino de Arte: Renovação Sem Perda de Memória



Por Ednaldo Britto

A Revolução Científico-Tecnológica (RCT) responsável pela difusão de novos paradigmas no mundo globalizado vem alterando profundamente, desde a década de 1950, a produção e o entendimento das artes visuais.

Neste contexto, o universalismo moderno e sua concepção de progresso guiado por movimentos de vanguarda foi rapidamente substituído por um novo sistema de comunicação em rede, intimamente articulado com o mercado mundial.

Em meio às reações adversas de desconforto e perplexidade causados pela RCT, encontramos um ensino de arte deslocado dos fundamentos que o mantinham diante da contraposição entre ‘Acadêmicos e Modernos’.

Com a entrada dos ‘Contemporâneos’ como terceiro elemento no jogo cultural o ensino de arte vê-se diante da necessidade de se renovar, tendo que assimilar novos conhecimentos sem desvincular-se da tradição que assegura a manutenção de referenciais históricos importantes.

No campo da arte propriamente dito, onde a produção gera todos os substratos para o trabalho dos educadores, a atual incomunicabilidade dos argumentos de análise e a carência de critérios plausíveis na avaliação do que é produzido geram uma permanente instabilidade que contamina o campo educacional.

Na tentativa de assegurar o mínimo de condições para realizar o seu trabalho o professor de arte evita lidar com os novos conceitos propostos (Conceitualismo, apropriação, interatividade, intervenção, hibridismo), mantendo suas atividades dentro de ‘parâmetros acadêmicos ou modernos aceitáveis’ e condizentes com as estruturas mínimas oferecidas; desviando-se do possível envolvimento com questões ainda não compreendidas nem mesmo por aqueles que formulam os discursos no interior do sistema das artes.

Neste tenso e fascinante período de transformações e reformulações impulsionadas pela sociedade da comunicação, o professor, em contato com a produção da arte atual, necessita manter muito bem sedimentado os seus fundamentos educacionais, filosóficos e históricos de arte. Somente assim, terá condições de avaliar de maneira crítica a formação contínua do seu arcabouço de conhecimentos, o que viabiliza a renovação de suas práticas sem perda de memória.


Imagem: Ednaldo Britto - "Real" fotografia, 2009.


Referências

BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. São Paulo: Martins, 2009.
CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea: Uma Introdução. São Paulo: Martins, 2005.
DOMINGUES, Diana. A Arte no Século XXI. A Humanização das Tecnologias. São Paulo: Editora UNESP, 1997.
GUIRALDELLI JR. Paulo. O que é Filosofia Contemporânea. São Paulo: Brasiliense, 2008.
GARDNER, James. Cultura ou Lixo? Uma Visão Provocativa da Arte Contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
SANTOS, Milton. Por uma Outra Globalização: Do pensamento Único à Consciência Universal. Rio de Janeiro: Record, 2010.
SMIERS, Joost. Artes sob Pressão: Promovendo a Diversidade Cultural na Era da Globalização.
São Paulo: Escrituras, 2006.
SCOVINO, Felipe. Arquivo Contemporâneo. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.
VISENTINI, Paulo G. Fagundes & PEREIRA, A. Danilevicz. História do Mundo Contemporâneo: Da Pax Britânica do século XVIII ao Choque das Civilizações do século XXI. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Retrospectiva de Maria Bonomi em Brasília


No período de 12 de outubro a 8 de janeiro estarão expostas no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília 150 obras, entre gravuras e esculturas, da artista Maria Bonomi. A exposição intitulada “Entre a Gravura e a Arte Pública” tem como curador Jorge Coli, doutor em estética pela Universidade de São Paulo.

A exposição retrospectiva da carreira de Bonomi mostrará uma diversidade de trabalhos que vão de suas primeiras pinturas realizadas ainda na infância até as últimas peças criadas em seu atelier em São Paulo.

A “Formação, a arte política e o universo feminino” formam, segundo Coli, os núcleos conceituais da exposição composta por pinturas, gravuras, esculturas, troféus e máscaras feitas para o teatro.

De origem italiana, Maria Bonomi veio para o Brasil em 1946, fixando-se em São Paulo; onde estudou pintura, desenho e gravura com Karl Plattner (1919-1989) e Lívio Abramo (1903-1992). Posteriormente, cursou gravura com Hans Müller e teoria da arte com Meyer Schapiro (1904-1996) na Columbia University, em Nova York. Em 1999, tornou-se doutora em Comunicação e Artes pela Universidade de São Paulo - ECA/USP.



Imagem: “Balada do Terror”- Xilogravura, 1970.
Texto: Ednaldo Britto

sábado, 8 de outubro de 2011

Os Movimentos Artísticos A Partir de 1945


Esta obra clássica, que aborda a arte posterior à Segunda Guerra Mundial, passou por substancial revisão, ampliação e remodelagem. Oito capítulos adicionais e uma nova introdução abrangem e ilustram todos os artistas e tendências internacionais mais recentes, entre os quais a arte nos Estados Unidos a partir da década de 1970, as tendências neo-expressionistas, a melancolia pós-pop, a arte feminista e homossexual, os novos meios de expressão como o vídeo e a fotografia, além do novo classicismo na Rússia, Itália e China. O livro é tão global em seu escopo quanto a arte nos tempos modernos e abrange também obras da América Latina, Coréia, Índia, África, China e Japão.


Ficha Técnica

Editora: WMF Martins Fontes
ISBN: 8533623127
ISBN13: 9788533623125
Edição: 1ª Edição - 2006
Número de Páginas: 314
Acabamento: Brochura


Imagem e Texto: www.martinsfontespaulista.com.br

domingo, 2 de outubro de 2011

Festival em São Paulo Apresenta Obras Contemporâneas de Artistas de Países em Desenvolvimento


A produção contemporânea de artistas de países da América Latina, África, do Leste Europeu, Oriente Médio, da Ásia e Oceania estão presentes este ano no 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc-Videobrasil, que se estende até janeiro de 2012 nas unidades do Sesc Belenzinho e Pompeia e na Pinacoteca do estado de São Paulo, na capital paulista.

Ligado à videoarte, o festival inova este ano ao apresentar outras linguagens na mostra Panoramas do Sul, exposição que reúne a produção de 101 artistas no Sesc Belenzinho. Além dos vídeos, a mostra é composta por performances, instalações, objetos, publicações, pinturas, fotografia e outras experiências artísticas.
“É um festival que tem o papel claro de incentivar e inserir a produção de países em desenvolvimento no circuito internacional das artes. Ele também cumpre o papel de trazer para a cidade de São Paulo a possibilidade de entrar em contato com obras de artistas emergentes e internacionais”, disse a curadora-geral do festival, Solange Farkas.

Os participantes da mostra Panoramas do Sul foram escolhidos entre 1.295 inscritos e concorrem a um prêmio no valor de R$ 45 mil e a oito prêmios de residência artística. As obras selecionadas abordam, segundo Solange, temas variados, mas em muitos casos trazem também uma reflexão sobre a situação atual desses países da Região Sul. “Temos recortes políticos, trabalhos que comentam situações de conflito – como as obras dos artistas do Oriente Médio e trabalhos da América Latina que respondem, de certa forma, às questões sociais, culturais e políticas dessas regiões.”

Durante o festival, também serão realizadas ações educativas, com palestras, cursos e seminários para o público interessado. Mais informações sobre o festival podem ser encontradas no seguinte endereço eletrônico: www.videobrasil.org.br

Texto Original: http://agenciabrasil.ebc.com.br


Imagem:"Sua fogueira cósmica, 2011"
Texto: Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil