segunda-feira, 23 de abril de 2012

Da Geopolítica à Geopoética

Há sete anos sem expor trabalhos recentes individualmente em galerias de arte, Anna Bella Geiger inaugura na próxima quinta-feira, 26, na Galeria Artur Fidalgo, em Copacabana, a exposição “Nem mais, nem menos”.

Dentre as 20 obras reunidas na mostra, está a inédita “Rrolo-Scrolls com Terras e Mares”, de 2012, feita em papel pergaminhado, bidimensional, que, aos se enrolar, ganha forma tridimensional. A obra, de acordo com a artista, revela novos conceitos geopoéticos, diferentemente dos outros “Rrolo-Scrolls” já produzidos por ela, marcados por questionamentos geopolíticos. A exposição fica na galeria até 2 de junho, de segunda a sextas das 10h às 19h e sábado de 10h às 14h.


Imagem e Texto: www.jb.com.br

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Arte, Privilégio e Distinção


Artes Visuais, Arquitetura e Classe Dirigente no Brasil, 1855/1985

O solitário trabalho de ateliê não basta à produção da arte. Ela não existiria sem a energia coletiva liberada cotidianamente no (e pelo) meio artístico, em função de uma complexa rede de trocas econômicas e simbólicas. O historiador e o jornalista, o marchand e o leiloeiro, o colunista e o colunável, o colecionador e o especulador, a decoradora e o museólogo têm cada qual parte ativa no processo. Eles estão, de um modo ou de outro, na origem de práticas e instituições sem as quais não haveria identidades, movimentos, hierarquias e cotações – valor e memória, enfim. As ilusões de estar “à margem” da sociedade e de lidar com o “sagrado” protegem esse pequeno mundo da curiosidade externa. Por isso, observação metódica e análise têm um indisfarçável sabor de profanação, na justa medida em que detectam interesses, percebem estratégias e põem a nu as bases sociais e econômicas do mundo da cultura. Uma vasta pesquisa documental, um contato íntimo com produtores, intermediários, bem como uma análise objetiva e abrangente constituem a base deste trabalho pioneiro que é Arte, Privilégio e Distinção. José Carlos Durand, em seu texto preciso e crítico, distingue os elementos de uma história das elites e da mulher de sociedade, do comércio de luxo, da formação profissional, dos meios de comunicação e da ação cultural do Estado, integrando-os na perspectiva da cultura, da arquitetura e das artes plásticas no Brasil. Ao explicitar a rede de privilégios que assegura e recompensa a familiaridade de alguns com a arte e com o mundo da arte, este livro ajuda a localizar os grupos e segmentos que melhores condições sociais têm encontrado para distingüir-se nesse domínio, do Segundo Reinado aos nossos dias.


Imagem e Texto: www.editoraperspectiva.com.br

terça-feira, 10 de abril de 2012

Mostra “Elas” Encerra com Grafites de Drika Chagas


Feitas de tinta, as mulheres de Drika Chagas revelam silhuetas familiares. São figuras femininas inspiradas em transeuntes, personagens da vida cotidiana. Senhoras, jovens, meninas em sua expressão mais espontânea. Como um voyeur urbano, Drika captura suas musas no acaso. “A inspiração vem do cotidiano, das pessoas que cruzam o meu caminho. São expressões marcantes que eu guardo e transformo em grafite”, diz a artista, que realiza hoje uma intervenção no encerramento da exposição “Elas”, no Sesc Doca, às 17h. A mostra reúne seis obras inéditas. Nas paredes ou em suportes como pedaços de madeira, metal e tela, o spray multicolorido de Drika dá forma a damas de vermelho, bailarinas, milagreiras, angústias, olhares, charmes. Esboços de divas como Tarsila do Amaral transmutada em outras mulheres. “Com o intuito de atravessar um espectro brasileiro de mulheres que se destacaram em seus diversos campos artísticos, a exposição aparece em formato pocket, deliberadamente pequena, ao falar de um cosmos de fragmentos que é a cultura feminina e brasileira”, diz John Fletcher, curador da exposição.

Ação busca exercitar o desapego

Os grafites da paraense dialogam as fotografias de Rodolfo Nogueira e o vídeo-arte assinado por Lucas Escócio que, a convite de Drika, capturou as imagens em São Domingos do Capim especialmente para compor a mostra. Costurando as linguagens, a sutileza. “Há um elemento presente na poética dessas Giocondas gráfico-tropicais: a delicadeza – minúcia da qual advêm o mote para retratos-grafite os quais agregam tempos distintos, indistintos, cronologias outras, realinhavadas e adicionadas de elementos pop atuais”, diz Fletcher.

Arte Efêmera

Aberta no dia 15 do mês passado, em homenagem ao mês de celebração do Dia Internacional das Mulheres, “Elas” encerra hoje com uma intervenção de Drika. Convite aberto ao público, os visitantes poderão grafitar junto com a artista, numa construção coletiva. A proposta, segundo a paraense, é trazer à tona a efemeridade do grafite. “A ideia é mostrar para o público que tanto na rua quanto na galeria, o grafite é efêmero. No último dia da mostra, vamos filmar toda a ação. Depois que eu grafitar, a obra será apagada, imediatamente após ser concluída. Assim como nas ruas, o grafite está sujeito a ser apagado, ele não se desprende dessa condição. É um processo contínuo de desapego”, diz Chagas, que pretende produzir em cerca de três horas a obra que finaliza a exposição.

Hoje o nome de maior representatividade do grafite paraense, Adriana Maria Chagas dos Santos é graduada em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Pará e conheceu a vertente da arte urbana aos 15 anos. Logo depois foi para São Paulo, onde fez uma oficina sobre essa linguagem visual e a partir daí não parou mais de estudá-la.

“O grafite é um aprendizado independente, você busca seu estilo, procura a precisão do spray”, revela a artista, que destaca sua militância pelo movimento. “Meu maior objetivo é inserir o grafite no meio artístico de Belém. Quero mostrar o trabalho e sensibilizar as pessoas”, diz.

Drika realizou sua primeira exposição em 2009, “Ambiente Natural”. Depois participou dos projetos Indicial, no espaço que atualmente ocupa o Sesc Boulevard, e Anima, na Galeria Theodoro Braga. Promoveu a instalação Em-cômodos, no Bar da Walda, e a mostra individual “Cidade Labirinto”, no Sesc Boulevard. Atualmente, Drika ministra oficinas de grafitagem em projetos da prefeitura e do governo.


PRESTIGIE

Encerramento da exposição “Elas”, de Drika Chagas, com intervenção da artista de 17h às 20h30, no Sesc Doca ( Rua Manoel Barata, 1873, Reduto - Belém do Pará.) Informações: 4005-9500. Entrada franca.

Imagem e Texto: Diário do Pará

domingo, 1 de abril de 2012

Obra de Arte e Experiência Estética



O livro Obra de Arte e Experiência Estética: arte contemporânea em questões
reúne cinco ensaios que trazem uma unidade do ponto de vista das preocupações que orientam o pensamento de Luciano Vinhosa, artista e professor de Teoria e História da Arte na Universidade Federal Fluminense. Ao dialogar com autores de diferentes matizes teóricas, como Cometti, Wittgenstein, Merleau-Ponty, Jauss, Genette, Eco, Goodman, Benjamin, Dewey e Rancière, além de um olhar apurado sobre uma miríade de práticas artísticas, Luciano Vinhosa analisa e busca esclarecer os caminhos e tendências que orientam as práticas artísticas na atualidade. Em suas reflexões, o autor avança também para a discussão sobre a dimensão política da experiência estética.


Obra de arte e experiência estética é uma contribuição lúcida e de grande densidade intelectual para o atual debate crítico em torno dos desafios e horizontes da arte contemporânea.

Imagem e texto: www.apicuri.com.br