terça-feira, 20 de novembro de 2012

Museu ÁfricaBrasil Expõe Obras no Congresso Nacional


Acervo do museu de São Mateus traça painel da arte tribal africana
Em continuidade às comemorações do mês da Consciência Negra, o Centro Cultural Câmara dos Deputados, no Congresso Nacional, expõe máscaras, esculturas e objetos de várias etnias africanas. É a Exposição Arte Tribal Africana, que traz 60 peças criadas entre os séculos XVII e o XX pertencentes ao acervo do ÁfricaBrasil Museu Intercontinental, localizado em São Mateus.
A cerimônia de abertura será realizada nesta terça-feira (20), mas visitação às obras está aberta desde o último dia 13 de novembro e seguirá até o dia 16 de dezembro, no salão branco da Câmara dos Deputados, em Brasília.
As 60 obras que compõem a mostra constituem uma pequena parte das quase cinco mil peças do acervo do ÁfricaBrasil. Colecionadas há 35 anos pelo escritor e também curador da mostra, o capixaba Maciel de Aguiar, estas máscaras e totens representativos da milenar cultura e civilização africana compõem um mosaico representativo da história deste continente que influenciou toda a civilização humana. 
Poucos séculos atrás, esta mesma civilização foi considerada bárbara e passível de escravidão, fato que se consumou por dezenas de anos. Ao inspirarem-se na arte tribal africana, artistas como Picasso e Modigliani reconheceram a grandeza e a riqueza da cultura deste povo único.
A exposição representa o reconhecimento do Brasil para com a mãe África e sua importância na concepção da arte moderna no mundo. Também facilita uma melhor compreensão da contribuição do povo negro para a constituição da civilização brasileira. 
Nas terras africanas, durante séculos, a arte tribal teve um papel importante na identificação das etnias e de suas regiões, caracterizando-se como um legado de grande importância cultural. Foi produzida uma grande variedade de estilos e concepções que remontam aos primórdios da História.
 Também é possível encontrar muitas obras com elementos animais e minerais, fato que constitui uma genealogia mitológica com a representação de acontecimentos marcantes para a cultura das tribos e para as suas concepções sobre a formação do universo, tradições e também um registro de fatos históricos que evocam civilizações passadas. 
Essas representações formam um conjunto de testemunhos que comprovam ser a arte tribal - como percepção social e popular de muitas etnias - um conceito que remonta à épocas distantes. Revela, também, as faces, as lutas e as conquistas do homem em diferentes estágios de sua evolução, o que somente o milenar continente africano pode oferecer.
Instalado no Porto de São Mateus, ao Norte do Estado do Espírito Santo, o ÁfricaBrasil Museu Intercontinental nasceu da orientação intelectual do antropólogo Darcy Ribeiro, que defendia a criação de um espaço que pudesse congregar e difundir a arte tribal africana e estudar o processo escravocrata em nosso País. 
Foi criado e gerido com recursos privados, após 35 anos de pesquisa, doação de colecionadores e de estudiosos. Após reunir o maior número possível de máscaras, esculturas e de objetos provenientes de várias etnias, entre os séculos XVII e XX, o ÁfricaBrasil se converteu em um importante centro de valorização e pesquisas da arte tribal.
 
Texto e Imagens: http://www.seculodiario.com.br

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Fundamentos de Arte e História da Arte na FCV




A Fundação Curro Velho promove a oficina “Fundamentos da Arte e História da Arte”, com o pesquisador e professor Ednaldo Britto. O objetivo da oficina é subsidiar a formação teórica de educadores, instrutores, artistas e estudantes universitários. No programa serão abordados o sentido original da palavra Arte; as distinções na relação artesanato x arte e os elementos e categorias da linguagem visual, entre outros assuntos. A oficina terá carga horária de 10 horas e será realizada no Laboratório de Fotografia da Fundação Curro Velho em Belém, no período de 22 a 26 de outubro, no horário de 10h30 as 12h30. Informações pelo telefone (91) 3184-9100



Imagem: Melissa Barbery
Projeto gráfico: Andrei Miralha
Texto: Andreza Gomes /FCV 

domingo, 23 de setembro de 2012

Obra Adquirida por Morador de Itu é Reconhecida como de Aleijadinho



Escultura de Cristo Crucificado tem 30 centímetros de altura. Historiador estima que a peça tenha sido forjada em 1781 e 1790.

Uma obra adquirida por um morador de Itu (SP) há cerca de 40 dias teve a autoria atribuída, por um historiador mineiro, ao famoso escultor Aleijadinho. A arte representa Jesus Cristo crucificado e, segundo o especialista, reúne pelo menos 17 características que remetem ao artista barroco.

"Ela tem um movimento teatral ilusório, além de diversas características do rosto - como as sobrancelhas arqueadas em linhas contínuas às do nariz e os lábios entreabertos mostrando os dentes - que são típicas das obras de Aleijadinho", explica o dono da escultura, o curador de arte sacra Marcelo Coimbra.

Ele conta que adquiriu a peça completamente descaracterizada. "Ela tinha uma pintura nova e estava cheia de intervenções", diz. Quando parou para estudá-la, o curador começou a retirar as partes que haviam sido acrescentadas a ela, percebeu os traços de Aleijadinho nos detalhes e resolveu levá-la a Minas Gerais, onde o historiador Márcio Jardim reconheceu prontamente a autoria da obra.

Segundo Coimbra, é provável que a escultura, de 30 centímetros de altura, pertença à quarta fase da vida artística do escultor. "Era o auge da carreira dele. Essa peça deve ter sido feita entre os anos de 1781 e 1790", estima.

Agora, a arte integra a coleção particular do curador, que não pretende vendê-la. "Para mim, não existe valor comercial. O importante é o resgate cultural que ela representa", diz. Coimbra já recebeu propostas para expor a peça em Itu e em cidades de Minas Gerais e do Paraná, mas ainda está estudando a ideia. Por enquanto, a visitação só está aberta para especialistas.


Imagem: Marcelo Coimbra
Texto: Tássia Lima / G1

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Os Artistas que Ergueram os Pincéis Contra a Ditadura e Revolucionaram a Produção Nacional


Obra de Claudia Calirman conta como o cenário político influenciou a entrada do Brasil na onda das performances que dominava os anos 1970.

Enquanto a produção musical, cinematográfica e teatral no Brasil era alvo constante de censura durante o período militar, as artes plásticas passaram ao largo do terror da perseguição policial. Isso não quer dizer, porém, que os artistas mantiveram seus pincéis e ideias intocados pelos anos de chumbo no país. Pelo contrário, nas décadas 1960 e 70, com exceção do período em que vigorou o Ato Institucional nº 5, a produção desse segmento cultural foi bastante profícua, e inclusive responsável por colocar o Brasil, pela primeira vez, no mapa das performances. 

O período de restrições a uma série de direitos no Brasil coincidiu com uma mudança importante no cenário artístico internacional. No início dos anos 70, a pintura e a escultura deram lugar às performances no palco principal da expressão artística. “A arte saiu dos museus e foi para as ruas e até para os corpos dos artistas”, diz Claudia Calirman, especialista em história da arte que acaba de lançar o livro Brazilian Art Under Dictatorship (Arte Brasileira na Ditadura Militar, Duke University Press, 232 páginas, 24,95 dólares ou cerca de 50 reais o impresso simples e 89,95 dólares ou cerca de 180 reais a capa dura). 

O livro é resultado de uma tese de doutorado. Carioca, Claudia mora desde 1989 em Nova York, onde atua como curadora e guia do Museum of Modern Art (Moma). Para retratar a produção feita no Brasil durante a ditadura, a especialista selecionou três artistas que revolucionaram a linguagem artística justamente para driblar as restrições impostas pelos militares. Antonio Manuel, Artur Barrio e Cildo Meirelles foram difefenciais por se apropriar de instrumentos presentes na sociedade, como cédulas, jornais e garrafas de refrigerante, para expressar sentimentos e opiniões a respeito do regime vigente. 

A publicação também enumera as exposições censuradas na época. Uma delas, a mostra Pré Bienal de Paris, prevista para abrir ao público em 29 de maio de 1969, por exemplo, foi fechada pelos militares antes da inauguração. O motivo foi a inclusão de uma foto do fotojornalista Evandro Teixeira, do Jornal do Brasil, que mostrava o tombo da moto de um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) durante desfile cívico. “Eles viram como uma provocação e, por causa de uma única imagem, toda a exposição foi suspensa”, diz Claudia. 

Outro momento importante foi a performance improvisada de Antonio Manuel durante a abertura do salão do MAM-RJ, em 1970. Indignado por ter sido rejeitado na seleção, ele tirou as roupas e circulou pelos três andares do museu completamente nu. Sua obra era seu próprio corpo, que foi impedido de ser exposto no salão. “O museu foi fechado na mesma hora e foram todos correndo para a casa do crítico de arte Mario Pedrosa. Foi ele quem lançou a frase mais importante do período: ‘O que o Antonio Manuel fez foi o exercício experimental da liberdade’. O termo seria usado posteriormente para designar outras obras.”

Imagem: Obra de Cildo Meirelles, Inserções em Circuitos Ideológicos Projeto Cédula
Texto: Mariana Zylberkan

sábado, 11 de agosto de 2012

Mural Criado por Artistas Brasileiros é Taxado de Lembrar “Terroristas”.


O Trabalho está exposto em Boston. Alguns seguidores da página no Facebook da rede de televisão Fox disseram que o desenho parece um “terrorista” mulçumano.

Um mural gigante da dupla brasileira osgemeos, pintado recentemente na cidade de Boston, nos EUA, tem sido relacionado ao “terrorismo”, segundo o jornal “Metro”.

Inaugurado no fim de julho, o mural localizado na Dewey Square --resultado de uma parceria entre o Instituto de Arte Contemporânea de Boston, o Rose F. Kennedy Greenway e o Revere Hotel Boston Commonque-- mostra o típico personagem amarelo criado pelos artistas com uma camiseta enrolada na cabeça.

A discussão foi provocada pelo site da “Fox 25 News”, que perguntou aos usuários do Facebook o que a imagem “parecia” para eles.

A repercussão foi imediata. Em poucos minutos, centenas de comentários afirmavam que o boneco parecia um terrorista: “parece um islâmico com uma arma na mão”, “um terrorista muçulmano”, “parece uma criança de pijamas tentando parecer com alguém da Al Qaeda”, entre outros.

O curador do projeto, Pedro Alonzo, não acredita que é isso que as pessoas pensam sobre a obra de arte. Ele diz, segundo o próprio site da “Fox 25”, que o personagem é apenas um garotinho de pijamas com uma camiseta em volta da cabeça.

O mural faz parte da nova exposição da dupla no Instituto de Arte Contemporânea de Boston, e deve ficar por lá até o fim de novembro.


Imagem: UAC
Texto: www.comunidadenews.com

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Livro: Paulo Nazareth, Arte Contemporânea/LTDA


O livro 'Paulo Nazareth, Arte Contemporânea/LTDA' narra as viagens deste artista, desde o sul das Américas até o norte, nos Estados Unidos. Ao não molhar os pés durante todo o trajeto, ao longo de um ano carrega a poeira do caminho do Rio Grande até Nova York, onde chega para lavar seus pés no Rio Hudson, antes de seguir para expor seus trabalhos na feira de arte Art Basel Miami Beach.Um artista andarilho, performático, que busca o debate de questões raciais, nacionais e continentais, tão raras na discussão da arte contemporânea brasileira, encara o desafio de forma doce e generosa, rompendo barreiras políticas, sociais e linguísticas. Os encontros, as trocas, as descobertas e as criações ao longo desse percurso explicitam não apenas o processo de construção de objetos de arte, mas principalmente um artista on the move.A edição bilíngue, conta com mais de 150 imagens e textos de Kiki Mazzucchelli, Maria Angélica Melendi, Hélio Alvarenga Nunes, Walter Chinchilla, Julio Calel, Edgar Calel, Pedro Calel, Janaina Melo e do próprio Paulo Nazareth.



 
Ficha Técnica
Editora: Cobogo
ISBN: 8560965238
ISBN13: 9788560965236
Edição: 1ª Edição - 2012
Número de Páginas: 160
Acabamento: Brochura
Formato: 18,00 x 22,00 cm.

sábado, 14 de julho de 2012

Obras de Bispo do Rosário Serão Expostas em Londres


A exposição, intitulada ‘Azul dos Ventos’, faz parte do projeto cultural dos Jogos Olímpicos de 2012

As obras de arte do sergipano Arthur Bispo do Rosário continuam ganhando o mundo. No período de 13 de agosto a 28 de outubro elas estarão expostas em Londres, no renomado museu Victoria & Albert. A exposição, intitulada ‘Azul dos Ventos’, faz parte do projeto cultural dos Jogos Olímpicos de 2012.

Serão expostas 80 peças do artista plástico que compõem a Coleção do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, localizado no Rio de Janeiro. Dentre as obras do artista estão esculturas, objetos e diversos bordados e painéis elaborados a partir de materiais simples que faziam parte do cotidiano de Bispo.

Estima-se que ele tenha criado mais de mil peças, hoje reconhecidas internacionalmente como obras de arte. O artista plástico, natural da cidade de Japaratuba, só teve sua arte amplamente divulgada após sua morte, em 1989.

Atualmente, as obras de Bispo do Rosário têm percorrido diversos museus e galerias pelo mundo afora. No entanto, em vida, ele passou quase meio século internado num hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro, onde utilizava a criatividade como forma de expressar o seu eu interior e de se aproximar de Deus.

                                                

Texto: Plenário

Imagem: MBR

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Waltercio Caldas lança “livro arte”


O artista plástico Waltercio Caldas lança “Cronometrias”, livro numerado e com apenas 80 exemplares, no próximo dia 10, às 18h, na Mul.ti.plo Espaço Arte, no Leblon.

Com impressão serigráfica, papel italiano, cada exemplar da obra é assinado e foi feito manualmente com o impressor Guilherme Rodrigues. O livro levou cinco anos para se concretizar.

Em uma espécie de livro-arte, Caldas leva ao extremo a relação entre o texto e a imagem. Da ideia inicial à finalização, foi um processo delicado que reflete o título da obra.

“O livro foi surgindo movido pela própria energia que ele é capaz de produzir. Falei de coisas impossíveis de serem ditas. De certa forma, o texto se dissipa durante a leitura, assim como o tempo. A estrutura dos textos foi feita no sentido de incorporar a ideia de leitura do tempo”, explica o artista.

Imagem: "Cronometrias", livro-arte de Waltercio Caldas
Texto: Anna Ramalho - www.jb.com.br

                                                               

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Entrevista com Andrei Miralha Sobre Cinema de Animação


Andrei Miralha é paraense, graduado em arquitetura, criador de histórias em quadrinhos e produtor de cinema de animação.


Inicialmente, comente um pouco sobre a sua origem e formação.

 Nasci e cresci em Belém do Pará, comecei a desenhar aos 8 anos de idade, copiando desenhos do Maurício de Souza e Walt Disney, e porque gostava de desenhar me formei em Arquitetura e Urbanismo em 1997. Na adolescência fiz parte de um grupo de quadrinhos chamado Ponto de Fuga, que realizava exposições e produzia um fanzine, chegamos a ter uma gibiteca. Comecei a me interessar por animação depois que fui indicado pela Fundação Curro Velho, onde ministrava oficinas de desenho desde 1993, para participar de um workshop promovido por um festival de cinema em Belém. E a partir daí iniciei minha trajetória com animação.


Fale de sua trajetória até esse momento.

Em 2003, surgiu o convite de um amigo pra produzir um teaser promocional para o projeto de animação chamado “Águas e Vidas”. Esse teaser serviria para captação de recursos e realização do filme, mas ocorreram muitos problemas para a realização desse trabalho e nessa mesma época o Cássio Tavernard iniciava o projeto do curta “A Onda-Festa na Pororoca” e já havia me convidado para participar. Como o “Águas e Vidas” tinha empacado, algumas pessoas, que estavam nesse projeto foram arrastados pela “Onda”, e  assim produzimos o curta que inicia esse boom da animação no Pará. Em 2005, dirigi e produzi o curta “Admirimiriti” que já participou de vários festivais e mostras em diferentes regiões do Estado, chegando até a França. Em 2009, dirigi e produzi o Muragens - Crônicas de um Muro, que foi o primeiro curta paraense na Mostra Competitiva do Anima Mundi 2009. Participou do Festival Monstra (Portugal) e Animasivo (México), e em 2010 ganhou o prêmio de Melhor Animação no FestCine Amazônia (Rondônia) e o prêmio de Melhor Curta-metragem de Ficção no Festival Noites com Sol (Pará). Em 2012 foi a vez do curta “Nossa Senhora dos Miritis”, prêmio do edital do Ministério da Cultura, que também competiu no Anima Mundi 2012, participou do Anima Mundi Itinerante 2012 e este ano está no Festival Internacional do Cinema Infantil. Ano passado, com o patrocínio do Banco da Amazônia, lançamos o DVD Miritis que contém os curtas “Admirimiriti”, “Nossa Senhora dos Miritis” e o documentário ”Miriti-Miri”.


Como foi essa transição dos quadrinhos para a produção do cinema de animação?

A história do cinema de animação está repleto de autores de quadrinhos que flertavam com animação. Winsor MacCay, criador do personagem Litle Nemo, grande sucesso na década de 20, é considerado um dos precursores da animação. Comigo não foi diferente, eu também acabei passando dos quadrinhos para a animação, mas sem a pompa do MacCay que era um mestre dos desenhos. Acho que produzir histórias contadas em sequências de imagens tem uma relação muito forte com o próprio cinema. Por um lado, os quadrinhos se aproximam da literatura no que se refere ao texto escrito, e por outro ao cinema, com seus diversos tipos de enquadramentos para contar uma história, e assim ditar um ritmo de leitura. Apesar de algumas pessoas classificarem os quadrinhos como um tipo de literatura, acredito que se trata de uma linguagem específica. Atualmente, estou mais fascinado com as possibilidades gráficas infinitas das animações, onde tudo é possível, tanto na forma, quanto no movimento. É justamente essa liberdade de criação que me fascina. O curta Muragens - Crônicas de um Muro, que produzi em 2009, é um divisor de águas pra mim, pois ali pudemos exercitar bem esse potencial expressivo que animação permite.


O que estais pesquisando ou produzindo atualmente?

Recentemente, concluí as animações do curta “Quem Vai Levar Mariazinha pra Passear” que foi premiado no edital “Curta Criança” do ministério da Cultura e Tv Brasil. O curta, dirigido por André Mardock, é adaptação de um espetáculo teatral, de mesmo nome, de Ester Sá e Maurício Franco. O filme trás ação direta (filmado com atores) e animação com personagens criados com recortes de papel, e foi aí que eu entrei. No momento, inicio as animações de uma série de três curtas de um minuto chamado “Para Vler Poesia” do meu amigo Marcílio Costa, que foi um dos contemplados no edital de animação da Tv Cultura, que deve ser concluído até setembro deste ano. E depois desse, já emendo em outro projeto, o “Pedaços de Pássaros” outra parceria com o Marcílio, que acaba de ser premiado no edital de curta metragens do Ministério da Cultura. É um ótimo momento em minha carreira para a afirmação deste caminho que escolhi.


Como o cinema de animação pode estar inserido em ambientes educacionais (escolas, fundações, ONGs)?

 A animação pode ser um excelente recurso didático. O Anima Mundi desenvolve um projeto chamado Anima Escola desde 2001, e obteve ótimos resultados. O processo inicia-se com a capacitação de professores, para depois chegar aos alunos. Tenho planos de fazer algo parecido aqui em Belém. Atualmente, desenvolvo um projeto de núcleo de Animação na Fundação Curro Velho, e uma das propostas é justamente essa. De trabalhar essa linguagem em algumas escolas públicas em que a direção e os professores apoiem essa iniciativa.


Como é possível formar novos produtores?

 Através de muito estudo, de experiências práticas e cursos específicos. Na verdade, se considerasse que apenas através de cursos seja possível formar um animador, desconsideraria muita gente que produz animação e que nunca passou por um curso profissionalizante, e são ótimos profissionais. Mas com certeza, através de um curso, você tem a possibilidade de aprender com quem já faz, e assim você pula etapas,  aprende mais rápido, aprende métodos mais eficientes. Mas de qualquer forma, não há nada como a prática. Por isso, estagiar num bom estúdio de animação é uma excelente oportunidade de aprendizado. Nesse sentido, como comentei anteriormente, estamos desenvolvendo na Fundação Curro Velho, um núcleo de animação que além de promover oficinas de iniciação a animação, irá dispor de um estúdio que contará com estagiários para produção constante de curtas de animação com caráter experimental e artístico. Acredito que esta ação contribuirá para o desenvolvimento desta linguagem no Pará. Mas isso é só o primeiro passo, quem sabe um dia consigamos ter um curso acadêmico de especialização em animação aqui no Pará.

  
Entrevista exclusiva concedida ao Blog Arte: Pesquisa e Ensino.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Exposição de Arte na Rio+20 faz Apelo à Preservação do Planeta

  
A exposição "Humanidade 2012", evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), no Rio de Janeiro, aproveita uma série de obras futuristas para fazer um apelo à preservação do planeta.
As criações, dispostas em nove salas temáticas no Forte de Copacabana, abordam questões como natureza, fontes de energia, biodiversidade, produção agrícola e o mundo do futuro, todas com um alerta sobre o risco decorrente da ação devastadora do ser humano.

As salas foram instaladas nos cantos dos quatro níveis da estrutura de andaimes construída no forte. Os visitantes podem interagir com os sons da natureza, as cores, a música ambiental e as declarações em poemas, vídeo e áudio de personalidades comprometidas com a luta pela preservação dos recursos naturais, como o falecido escritor Jorge Amado e a cantora Maria Bethânia.

Em um dos espaços, as pessoas sentem os efeitos das mudanças climáticas provocados pelo homem, passando do intenso frio ao forte calor.

As filas para o acesso ao forte ocupam as ruas divisórias ao antigo forte militar e à entrada das pessoas - em alguns casos, chega a demorar mais de duas horas. A exposição foi inaugurada no dia 11 de junho e se estenderá até a próxima sexta-feira.

Imagem: Daniel Marenco

Texto: EFE


segunda-feira, 11 de junho de 2012

TEDxRio+20: Vik Muniz e a Contribuição da Arte


A capacidade da arte de gerar visões alternativas na maneira como as pessoas percebem o mundo a sua volta pode mudar nossa relação com a natureza, contribuindo para a sustentabilidade, informou nesta segunda-feira (11) o artista plástico Vik Muniz para a plateia presente no TEDxRio+20, evento paralelo oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.

Em um contraponto aos palestrantes que se dedicavam a temas mais futurísticos, como alta tecnologia e a “cura do envelhecimento”, Muniz afirmou que a atitude de “prever futuros problemas é uma coisa que existe dentro de círculos muito específicos da ciência, mas não faz parte do dia a dia das pessoas. Primeiro tem que ter uma goteira, para depois consertar o telhado”.

No depoimento de apoio à campanha Eu Sou Nós das Nações Unidas, Muniz defende que as primeiras mudanças passam pelo comportamento.

— A gente tem que desenvolver antes uma ecologia da mente. Uma maneira de ver as coisas de uma forma diferente, uma forma até mais afetiva.

Temas como tecnologia e morte (José Luis Cordeiro), sincronicidade e coincidência (José Maria Gomes), gravidez digna e marcas psicológicas (Eleanor Luzes), além de militância política e enfrentamento (Marina Silva) também foram abordados nesta segunda.



Imagem: band.com.br

Texto: R7 Rio de Janeiro

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Emoção Art.ficial 6.0

Em sua sexta edição, a mostra aponta para os desafios da arte digital e tecnológica.

O Itaú Cultural promove, a partir do dia 31 de maio, a sexta edição da Bienal Internacional de Arte e Tecnologia, composta, como todos os anos, por uma exposição e um simpósio. Neste ano, a mostra, que poderá ser visitada até 29 de julho, apresenta dez obras decorrentes do trabalho de 13 artistas nacionais e internacionais.

A proposta é criar um “espaço de convivência” voltado tanto para obras realizadas com novas mídias – arte com seres tecnológicos (robôs, organismos sintéticos), expressões artísticas calcadas em mídias técnicas (computadores, celulares) – como para trabalhos elaborados em suportes tecnológicos considerados já tradicionais na arte contemporânea, mais especificamente o cinema e o vídeo.

“É a arte que deve surpreender, não importando se ela faz uso de técnicas mais antigas ou de tecnologias de ponta. Entretanto, não há como negar a existência de novas formas poéticas que advêm dessas tecnologias mais recentes, mais próximas do nosso dia a dia. A surpresa, muitas vezes, está em ver outras finalidades para algo que hoje é corriqueiro”, salienta Marcos Cuzziol, gerente do núcleo de Inovação do Itaú Cultural.

A mostra não pretende se posicionar partidariamente, ou prever relações entre a “new media art” e a “mainstream contemporary art”, até porque conexões já estão sendo estabelecidas à revelia de teóricos, críticos e curadores. “Na verdade, falar em uma aproximação diplomática entre os dois sistemas de arte é desnecessário e, talvez, até impertinente, já que ambos nunca estiveram tecnicamente separados”, comenta Guilherme Kujawski, coordenador do núcleo de Inovação do Itaú Cultural.

Mais informações:  www.itaucultural.org.br

Imagem: Obra 'Generation 244', dos artistas Scott Draves e Electric Sheep
Texto: www.itaucultural.org.br

domingo, 27 de maio de 2012

Livro: Diálogo/Desenho




O desenho é uma das artes mais fundamentais, e, de presença marcante nas artes visuais, liga-se de forma imprescindível ao design. Tiburi recupera a importância dessa arte numa conversa com o músico e professor de desenho Fernando Chuí, produzindo um diálogo ilustrado que serve como introdução ao desenho e suas interfaces com a educação e a cultura contemporâneas. Partem da reflexão sobre o conceito de desenho, e buscam as relações pedagógicas e históricas que ele estabelece com outras áreas do conhecimento.

                                        

                                    

Texto e Imagem: www.editorasenacsp.com.br

sábado, 19 de maio de 2012

O Poro em Novo Site


Brígida Campbell e Marcelo Terça-Nada a dupla de artistas que formam o grupo Poro de “intervenções urbanas e ações efêmeras”, está divulgando o seu novo site (www.poro.redezero.org).   

Vídeos para serem assistidos on-line, cartazes, panfletos, biblioteca e “páginas especiais” estão disponíveis no novo endereço do Poro na Web. 

A dupla, formada em 2002, já esteve em doze estados brasileiros e seis países, buscando “reivindicar a cidade como espaço para a arte”.

No caminho trilhado até aqui, o Poro publicou “Intervalo, Respiro, Pequenos deslocamentos – Ações Poéticas do Poro”.
Aproveitamos a oportunidade para convidar o Poro para uma entrevista exclusiva no Blog Arte: Pesquisa e Ensino.

Imagem: Poro
Texto: Ednaldo Britto

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Paulo Nazareth Vence Prêmio Masp MB de Artes Visuais 2012

                                                
             O mineiro Paulo Nazareth é o vencedor da primeira edição do Prêmio Masp Mercedes Benz de Artes Visuais 2012, na categoria Talento emergente. O grande prêmio ficou com a paulista Anna Maria Maiolino. Os vencedores recebem, respectivamente, R$ 60 mil e R$ 200 mil, e fazem exposição no Museu de Arte de São Paulo (Masp) até o fim do ano. O júri foi formado por Chris Dercon, diretor da Tate Modern, e os curadores José Roca (Bienal do Mercosul de 2011), Moacir dos Anjos (Bienal de São Paulo de 2010), Paulo Herkenhoff (Bienal de São Paulo de 1996) e Teixeira Coelho, do Museu de Arte de São Paulo. 

Os prêmios foram concedidos por unanimidade e as discussões que chegaram aos dois autores foram feitas a partir de listas de não mais do que 10 nomes, apresentada por cada jurado. A previsão é de edições anuais. O objetivo, como explica Teixeira Coelho, é colaborar para o reconhecimento de propostas artísticas importantes, fomentar interesse por arte contemporânea e permitir que o público acompanhe, “o mais de perto possível”, as escolhas feitas por artistas, curadores e pesquisadores. “Prêmio é algo vivo, não temos compromisso com identidade fixa. Portanto, anualmente, vamos avaliar e reavaliar o realizado”, explica. Uma peça do vencedor na categoria principal passa a integrar o acervo da instituição.

Imagem e texto: www.uai.com.br

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A 11ª Bienal de Havana Destaca a Arte da Utopia


Em meio às convulsões sociais do mundo contemporâneo a Bienal de Havana aposta na arte como canal de encontro entre os seres humanos. Com a temática “práticas artísticas e imaginários sociais”, o evento terá início em 11 de maio.

Durante um mês, discursos estéticos representativos da arte mundial intervirão em numerosos espaços públicos da capital cubana. Como nas edições anteriores, a presença dos países emergentes é fundamental para o evento, do qual participarão cerca de 180 artistas de mais de 40 países.

Além das mostras de arte, haverá também o tradicional congresso, segundo pontuou Jorge Hernández, diretor da Bienal e do Centro de Arte Contemporâneo Wifredo Lam. “A Bienal nos interessa não apenas pelas exposições de arte que apresenta, mas também por proporcionar um espaço de reflexão sobre como ocorrem os processos da cultura”, ressaltou em uma coletiva de imprensa.

A Bienal, especialmente convidada nesta edição a “invadir” a cidade, percorrerá inúmeros locais como o Instituto Superior de Arte, a Cidade Universitária José Antonio Echevarría, o Malecón e o bairro de San Agustín. Entre os convidados a participar dessa "itinerância cultural", estão ícones da performance como Marina Abramovic e Hermann Nitsch, O Barco da Tolerância, de los Kabakov, o Projeto Caixa Lúdica e A Casa do Êxito.


Fontes: Cubadebate e Vermelho
Foto: Performance de Marina Abramović

domingo, 6 de maio de 2012

O “Encontro de Ideias e a Liberdade do Pensamento” no Projeto SENDAS


Com o lançamento das plaquetes “A Origem do Mundo” e “Permanência”, do poeta Antônio Moura, a editora Edições do Escriba tornará público, no próximo dia 17 de maio, o Projeto Sendas.
A proposta é reunir artistas e o público interessado para um “encontro de ideias e a liberdade do pensamento”, tendo como insumo a produção artística contemporânea.
Segundo Marcílio Costa (poeta e artista visual) responsável pela editora, o projeto “não será um espaço apenas para a poesia, vamos iniciar com ela, por isso o nome Sendas”.
Na pauta do lançamento está prevista uma conversa com o autor das plaquetes e um recital com voz, piano e violoncelo.  

Serviço

Lançamento do Projeto Sendas
Dia: 17 de maio
Hora: 19 horas
Local: Espaço Cultural Pimenta de Cheiro, Av. Governador José Malcher, 2125. Entre 3 de Maio e 9 de Janeiro, em Belém do Pará.
 
 
Imagem: logomarca do projeto Sendas
Texto: Ednaldo Britto

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Da Geopolítica à Geopoética

Há sete anos sem expor trabalhos recentes individualmente em galerias de arte, Anna Bella Geiger inaugura na próxima quinta-feira, 26, na Galeria Artur Fidalgo, em Copacabana, a exposição “Nem mais, nem menos”.

Dentre as 20 obras reunidas na mostra, está a inédita “Rrolo-Scrolls com Terras e Mares”, de 2012, feita em papel pergaminhado, bidimensional, que, aos se enrolar, ganha forma tridimensional. A obra, de acordo com a artista, revela novos conceitos geopoéticos, diferentemente dos outros “Rrolo-Scrolls” já produzidos por ela, marcados por questionamentos geopolíticos. A exposição fica na galeria até 2 de junho, de segunda a sextas das 10h às 19h e sábado de 10h às 14h.


Imagem e Texto: www.jb.com.br

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Arte, Privilégio e Distinção


Artes Visuais, Arquitetura e Classe Dirigente no Brasil, 1855/1985

O solitário trabalho de ateliê não basta à produção da arte. Ela não existiria sem a energia coletiva liberada cotidianamente no (e pelo) meio artístico, em função de uma complexa rede de trocas econômicas e simbólicas. O historiador e o jornalista, o marchand e o leiloeiro, o colunista e o colunável, o colecionador e o especulador, a decoradora e o museólogo têm cada qual parte ativa no processo. Eles estão, de um modo ou de outro, na origem de práticas e instituições sem as quais não haveria identidades, movimentos, hierarquias e cotações – valor e memória, enfim. As ilusões de estar “à margem” da sociedade e de lidar com o “sagrado” protegem esse pequeno mundo da curiosidade externa. Por isso, observação metódica e análise têm um indisfarçável sabor de profanação, na justa medida em que detectam interesses, percebem estratégias e põem a nu as bases sociais e econômicas do mundo da cultura. Uma vasta pesquisa documental, um contato íntimo com produtores, intermediários, bem como uma análise objetiva e abrangente constituem a base deste trabalho pioneiro que é Arte, Privilégio e Distinção. José Carlos Durand, em seu texto preciso e crítico, distingue os elementos de uma história das elites e da mulher de sociedade, do comércio de luxo, da formação profissional, dos meios de comunicação e da ação cultural do Estado, integrando-os na perspectiva da cultura, da arquitetura e das artes plásticas no Brasil. Ao explicitar a rede de privilégios que assegura e recompensa a familiaridade de alguns com a arte e com o mundo da arte, este livro ajuda a localizar os grupos e segmentos que melhores condições sociais têm encontrado para distingüir-se nesse domínio, do Segundo Reinado aos nossos dias.


Imagem e Texto: www.editoraperspectiva.com.br

terça-feira, 10 de abril de 2012

Mostra “Elas” Encerra com Grafites de Drika Chagas


Feitas de tinta, as mulheres de Drika Chagas revelam silhuetas familiares. São figuras femininas inspiradas em transeuntes, personagens da vida cotidiana. Senhoras, jovens, meninas em sua expressão mais espontânea. Como um voyeur urbano, Drika captura suas musas no acaso. “A inspiração vem do cotidiano, das pessoas que cruzam o meu caminho. São expressões marcantes que eu guardo e transformo em grafite”, diz a artista, que realiza hoje uma intervenção no encerramento da exposição “Elas”, no Sesc Doca, às 17h. A mostra reúne seis obras inéditas. Nas paredes ou em suportes como pedaços de madeira, metal e tela, o spray multicolorido de Drika dá forma a damas de vermelho, bailarinas, milagreiras, angústias, olhares, charmes. Esboços de divas como Tarsila do Amaral transmutada em outras mulheres. “Com o intuito de atravessar um espectro brasileiro de mulheres que se destacaram em seus diversos campos artísticos, a exposição aparece em formato pocket, deliberadamente pequena, ao falar de um cosmos de fragmentos que é a cultura feminina e brasileira”, diz John Fletcher, curador da exposição.

Ação busca exercitar o desapego

Os grafites da paraense dialogam as fotografias de Rodolfo Nogueira e o vídeo-arte assinado por Lucas Escócio que, a convite de Drika, capturou as imagens em São Domingos do Capim especialmente para compor a mostra. Costurando as linguagens, a sutileza. “Há um elemento presente na poética dessas Giocondas gráfico-tropicais: a delicadeza – minúcia da qual advêm o mote para retratos-grafite os quais agregam tempos distintos, indistintos, cronologias outras, realinhavadas e adicionadas de elementos pop atuais”, diz Fletcher.

Arte Efêmera

Aberta no dia 15 do mês passado, em homenagem ao mês de celebração do Dia Internacional das Mulheres, “Elas” encerra hoje com uma intervenção de Drika. Convite aberto ao público, os visitantes poderão grafitar junto com a artista, numa construção coletiva. A proposta, segundo a paraense, é trazer à tona a efemeridade do grafite. “A ideia é mostrar para o público que tanto na rua quanto na galeria, o grafite é efêmero. No último dia da mostra, vamos filmar toda a ação. Depois que eu grafitar, a obra será apagada, imediatamente após ser concluída. Assim como nas ruas, o grafite está sujeito a ser apagado, ele não se desprende dessa condição. É um processo contínuo de desapego”, diz Chagas, que pretende produzir em cerca de três horas a obra que finaliza a exposição.

Hoje o nome de maior representatividade do grafite paraense, Adriana Maria Chagas dos Santos é graduada em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Pará e conheceu a vertente da arte urbana aos 15 anos. Logo depois foi para São Paulo, onde fez uma oficina sobre essa linguagem visual e a partir daí não parou mais de estudá-la.

“O grafite é um aprendizado independente, você busca seu estilo, procura a precisão do spray”, revela a artista, que destaca sua militância pelo movimento. “Meu maior objetivo é inserir o grafite no meio artístico de Belém. Quero mostrar o trabalho e sensibilizar as pessoas”, diz.

Drika realizou sua primeira exposição em 2009, “Ambiente Natural”. Depois participou dos projetos Indicial, no espaço que atualmente ocupa o Sesc Boulevard, e Anima, na Galeria Theodoro Braga. Promoveu a instalação Em-cômodos, no Bar da Walda, e a mostra individual “Cidade Labirinto”, no Sesc Boulevard. Atualmente, Drika ministra oficinas de grafitagem em projetos da prefeitura e do governo.


PRESTIGIE

Encerramento da exposição “Elas”, de Drika Chagas, com intervenção da artista de 17h às 20h30, no Sesc Doca ( Rua Manoel Barata, 1873, Reduto - Belém do Pará.) Informações: 4005-9500. Entrada franca.

Imagem e Texto: Diário do Pará

domingo, 1 de abril de 2012

Obra de Arte e Experiência Estética



O livro Obra de Arte e Experiência Estética: arte contemporânea em questões
reúne cinco ensaios que trazem uma unidade do ponto de vista das preocupações que orientam o pensamento de Luciano Vinhosa, artista e professor de Teoria e História da Arte na Universidade Federal Fluminense. Ao dialogar com autores de diferentes matizes teóricas, como Cometti, Wittgenstein, Merleau-Ponty, Jauss, Genette, Eco, Goodman, Benjamin, Dewey e Rancière, além de um olhar apurado sobre uma miríade de práticas artísticas, Luciano Vinhosa analisa e busca esclarecer os caminhos e tendências que orientam as práticas artísticas na atualidade. Em suas reflexões, o autor avança também para a discussão sobre a dimensão política da experiência estética.


Obra de arte e experiência estética é uma contribuição lúcida e de grande densidade intelectual para o atual debate crítico em torno dos desafios e horizontes da arte contemporânea.

Imagem e texto: www.apicuri.com.br

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mostra de Giorgio de Chirico está em Cartaz no Masp


A tragédia da serenidade. A expressão, num dos escritos de Giorgio de Chirico (1888-1978), se refere a seus pensamentos sobre a estética metafísica, movimento pelo qual o pintor se inscreveu na história da arte do século 20. "Na construção da cidade, na forma arquitetural das casas, das praças, dos jardins e das paisagens, dos portos, das estações ferroviárias, etc., estão os primeiros fundamentos de uma grande estética metafísica. Os gregos tiveram certo escrúpulo nessas construções guiados pelo senso estético-filosófico: os pórticos, os passeios sombreados, os terraços erguidos como plateias diante dos grandes espetáculos da natureza", definiu o artista em 1919.

Na década de 1910, o greco-italiano De Chirico começou a pintar suas paisagens urbanas enigmáticas, cidades melancólicas formadas por construções da arquitetura antiga e clássica, das quais emergem sombras e figuras humanas, estátuas ou manequins isolados sempre com o chão quase ocre, a luminosidade do céu em camadas verdes e amarelas. Um criador referencial, o artista tem agora apresentada no Brasil a primeira antologia de sua obra, a mostra "De Chirico: O Sentimento da Arquitetura", com 45 pinturas, 11 esculturas e 66 litografias pertencentes à coleção da Fondazione Giorgio e Isa de Chirico, sediada em Roma, na casa onde ele viveu a partir de 1944.

A exposição, primeiramente, foi apresentada na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Com curadoria da arquiteta e crítica italiana Maddalena d"Alfonso, a mostra será, depois, exibida na Casa Fiat, em Belo Horizonte (entre 29 de maio e 2http://www.blogger.com/img/blank.gif9 de julho). Mesmo que reúna obras http://www.blogger.com/img/blank.gifque o artista executou, especialmente, nas décadas de 60 e 70, a antologia representa, na verdade, todo o seu pensamento artístico - como afirmou a curadora à reportagem por ocasião da exposição em Porto Alegre, De Chirico promoveu uma espécie de "antropofagia" de suas questões durante toda a sua carreira. (AE)


Serviço

"De Chirico: o sentimental da arquitetura"
Masp. Avenida Paulista 1.578; São Paulo
(11) 3251-5644
3ª a dom., 11h/18h; 5ª, 11h/20h. Até 20/5.


Imagem: Fondazione Giorgio e Isa de Chirico
Texto: www.cruzeirodosul.inf.br

sábado, 10 de março de 2012

Arte Retrata Denúncia e Resistência Frente à Ditadura Chilena


Durante a ditadura militar chilena, que durou de 1973 a 1990, muitas denúncias sobre os problemas políticos e sociais enfrentados no país eram feitas por mulheres por meio de arpilleras. Trata-se de uma técnica têxtil elaborada em pano rústico ─ geralmente cânhamo ou linho grosso, proveniente de sacos de farinha ou batatas ─, com linhas, vários objetos e retalhos de tecidos.

A coleção nasceu das mãos de mulheres que foram presas ou cujos maridos ou filhos tinham sido vítimas da ditadura.

Alguns desses trabalhos feitos por essas mulheres serão exibidos aqui no Brasil em uma exposição itinerante, chamada Arpilleras da Resistência Política Chilena. Ela irá passar por cinco cidades, a partir de março, sempre com entrada gratuita. Isso graças ao patrocínio da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, obtido por meio do edital “Marcas da Memória”.

A primeira destas exposições acontece em Brasília, entre os dias 22 e 29 de março, na Biblioteca Nacional. Depois, segue para Porto Alegre (RS), de 10 a 17 de abril, no Memorial do Rio Grande do Sul. De 7 a 14 de maio, será a vez dos curitibanos conhecerem as arpilleras, no Memorial de Curitiba (PR). Em Belo Horizonte (MG), no Centro Cultural UFMG, a exposição será realizada de 18 a 24 de maio. E o encerramento será na cidade do Rio de Janeiro, de 29 de maio a 5 de junho, no Arquivo Nacional.

Clara Politi, produtora da exposição, conta que as Arpilleras desta coleção nasceram das mãos de mulheres que estiveram presas ou cujos maridos ou filhos tinham sido presos, torturados ou assassinados durante a ditadura.

Inicialmente uma obra de artesanato popular, estas peças acabaram tendo não só valor artístico como serviram para ajudar financeiramente estas mulheres que se uniam em grupos de trabalho, comunidades artesãs ou entidades da sociedade civil. “Desta maneira, além de tentar denunciar dentro do próprio país e também para os estrangeiros as situações de falta de liberdade e privações pelas quais estavam passando, essas mulheres conseguiam reforçar o sustento da família com o que elas confeccionavam”, explica a produtora.

Oficinas gratuitas

A exposição traz cerca de 30 arpilleras - que têm, em média, um tamanho de 60 x 60 cm -, todas elas produzidas durante a ditadura. Algumas delas ilustram, por exemplo, a determinação das mulheres diante da repressão policial às suas reivindicações (Hornos de Lonquén, de 1979), o senso de comunidade e a força política e social que elas conseguiam manter nesse cenário (Corte de Agua, de 1980) e o terrorismo praticado pelos soldados carabineiros chilenos, a polícia local (Represión a Vendedores Ambulantes, de 1983).

“Nas arpilleras que formam esta exposição está escrita a própria história social de um grupo de mulheres que, de alguma forma, sofreram torturas e discriminações típicas de um regime ditatorial e que puderam encontrar o caminho para expressar suas emoções e também denunciar o que ocorria nos cárceres chilenos”, completa Clara. Ela diz que durante a exposição também haverá oficinas gratuitas para ensinar aos participantes a técnica de confecção das arpilleras.

As arpilleras que serão exibidas aqui no país pertencem à pesquisadora chilena Roberta Bacic, curadora da exposição. Nascida em 1949, ela já montou mais de trinta exposições de arpilleras pelo mundo, em países como Japão, Estados Unidos e França. A primeira delas foi realizada em 2008, na Irlanda do Norte, onde a curadora reside desde 2004.


Imagem: Arpillera da coleção de Roberta Bacic
Texto: www.vermelho.org.br

quarta-feira, 7 de março de 2012

A Linguagem do Desenho em Oficina de Artes Visuais


Com a proposta de estudar os Fundamentos da Linguagem do Desenho, será realizada no prédio sede da Fundação Curro Velho, em Belém do Pará, a "Oficina de Iniciação ao Desenho (Módulo I)”.

Direcionada para o público com idade a partir de 12 anos, a Oficina terá um caráter eminentemente prático com exercícios de criação nas técnicas do grafite, nanquim e carvão, além de fundamentação teórica referente à história do desenho no Brasil.

O Programa da Oficina prevê atividades em atelier e a realização de um "passeio" por espaços públicos para a produção de desenhos de observação. Na ocasião, os alunos terão a oportunidade de exercitar a acuidade visual e a capacidade de representação gráfica de 'elementos da paisagem'.

A Oficina também será um espaço para o contato com a produção contemporânea de desenhos. Reproduções fotográficas de obras de Daniel Senise, Adriana Varejão, Gil Vicente e Regina Silveira serão utilizadas como referências para o estudo de novos conceitos.


Serviço


Oficina de Iniciação ao Desenho (Módulo I)
Instrutor: Ednaldo Britto
Período: 14 de março a 11 de abril
Horário: 10:30 às 12:30.
Local: Fundação Curro Velho. Rua Professor Nelson Ribeiro, 287 – Telégrafo. Belém / PA Tel: (91) 3184 9100 – Web Site: www.currovelho.pa.gov.br


Imagem: Gil Vicente
Texto: Ednaldo Britto

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Artistas Plásticos do Rio de Janeiro Lançam Museu Virtual de Cartões-Postais



O Museu de Arte Postal, lançado este mês na internet, tem como proposta básica fazer a arte circular na rede mundial de computadores.

A iniciativa de um grupo de artistas plásticos do Rio de Janeiro revive, em plena era virtual, uma forma de difundir a arte que remete às primeiras décadas do século 20: os cartões-postais. Artistas ligados aos movimentos futurista e dadaísta foram os precursores dessa experiência estética. Mais tarde, ela foi a saída encontrada para a arte em países sob regimes ditatoriais, em que as galerias e os espaços culturais eram fechados aos artistas dissidentes.

O Museu de Arte Postal, lançado este mês na internet (http://museudeartepostal.com.br), tem como proposta básica fazer a arte circular na rede mundial de computadores, e, ao mesmo tempo, difundir o colecionismo em público que não tem poder aquisitivo para comprar obras no mercado de arte. Cada edição com quatro postais, numerados e assinados, pode ser adquirida por R$ 20.

“O preço não objetiva o lucro, apenas cobre os gastos com a impressão”, afirma o artista plástico Marco Antonio Portela, criador do projeto. “Pretendemos estimular o colecionismo, mas nosso intuito básico é fazer a arte circular, seja fisicamente, por quem adquirir as obras, ou virtualmente, na rede mundial de computadores”, acrescenta.

Para Portela, a iniciativa também representa um resgate do cartão-postal como forma de comunicação entre as pessoas, “em uma época, como a atual, em que a virtualidade acabou sufocando a correspondência tradicional, pelo correio”. Ele considera uma obra de arte impressa em cartão-postal tão válida como as produzidas em suportes tradicionais, em telas, por exemplo. “Estamos na pós-modernidade. Qualquer coisa hoje é o suporte. Não existe mais essa obrigatoriedade da tinta, da prata. Se o artista aceita sua obra impressa em gráfica sob a forma de postal e assina, isso é o que vale”, defende.

O Museu de Arte Postal está na rede com obras de quatro artistas: Rogério Reis, Carolina Valansi, Suzana Queiroga e Gustavo Speridião. A cada dois meses, o acervo virtual será enriquecido com obras de mais quatro artistas. Os próximos, em abril, serão Bob N, Vicente de Mello, Luiz Ernesto e Julia Debasse. As informações são da ABr.



Texto: www.africa21digital.com/noticia
Imagem: Gustavo Speridião

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Semana de 22: Exaltar o Passado Não é Moderno


É possível, 90 anos depois, exaltar um movimento que criticava a apologia ao passado sem ferir a sua proposta? Segundo o doutor em letras e literatura da UNESP Marcelo Bulhões, para não correr o risco de contrariar o espírito da Semana de Arte Moderna de 1922, a melhor homenagem é não “mumificá-la”, nem reverenciá-la como um monumento grandioso.

Os contestadores artistas que mostraram seu trabalho nos salões do Teatro Municipal de São Paulo pregavam a ruptura com o velho e condenavam a apologia ao que era passado, estabelecido e tradicional. Hoje, tornaram-se eles mesmos verdadeiros “clássicos” brasileiros.

“Eles eram contra esta atitude de exaltação, de glorificação vazia, essa apologia passadista. O que é hoje, 90 anos depois, comemorar a Semana de 1922? Será que transformar a Semana num monumento, num mausoléu ou numa estátua de bronze não vai exatamente contra o que eles se insurgiram?”, questiona Bulhões.

De acordo com ele, fazer da Semana de Arte Moderna um tema para um “elogio pomposo e retórico” – sem perceber as contradições e impasses que a marcaram – é cometer um “equívoco de base”, um verdadeiro contra-senso. “A melhor homenagem a 22 é não fazer reverências e pensar se é possível, ainda, ter um permanente espírito de pesquisa, transformação, revisão, transgressão e não repetição”, avalia.


Outras informações: www.vermelho.org.br


Imagem: www.vermelho.org.br
Texto: Joana Rozowykwiat

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Arte Contemporânea na Pré-Bienal do Amazonas


Evento terá duração de 45 dias e vai trazer obras dos artistas Di Cavalcanti e Burle Max

A Bienal de Artes Plásticas do Amazonas só acontecerá no ano que vem, mas a Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas (SEC) já tem tudo engatilhado para o evento que irá apresentar a exposição. É que este ano, de março a abril, no Centro Cultural Povos da Amazônia (CCPA), acontece a pré-Bienal, com exposição de trabalhos produzidos por Di Cavalcanti, o artista amazonense Hahnemann Bacelar e o paisagista Roberto Burle Marx, além de obras de sete artistas locais.

Durante a pré-Bienal, afirmou o titular da SEC, Robério Braga, virão à Manaus 80 trabalhos do artista plástico carioca Di Cavalcanti (1897- 1976). “O acervo está vindo de diversas partes do Brasil, e a exposição toda terá curadoria de Romaric Büel”, acrescentou o titular da pasta.

Di Cavalcanti é um dos mais importantes nomes do Modernismo brasileiro e foi quem idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna, que aconteceu em São Paulo, em 1922. Entre suas principais obras estão “Pierrete” (1922), “Pierrot” (1924), “Samba” (1925), “Cinco moças de Guaratinguetá” (1930), “Nu e figuras” (1950), “Duas Mulatas” (1962), e “Baile Popular” (1972).

Da terra

Os três artistas serão homenageados da pré-Bienal, mas a produção local não será esquecida. Além de Bacellar, mais sete artistas daqui farão parte da pré-Bienal, e cada um terá expostos três trabalhos. “A pré serve para preparar e lançar o grande evento, que acontece em 2013. Nela será lançada a proposta temática da Bienal, promovendo painéis, debates e palestras”, acrescentou o secretário.

Braga reforça, entretanto, que o curador é quem escolhe as peças e artistas que vão compor a pré-Bienal, e que não há interferência da SEC na questão. “E faremos o possível para que a exposição seja contemporânea, pois o objetivo é mostrar a modernidade, o avanço de todos os artistas amazonenses, tanto que vamos ter um painel sobre graffite e, com a participação de 30 grafiteiros de Manaus”, adiantou.


Imagem e texto: http://acritica.uol.com.br