Andrei Miralha é paraense,
graduado em arquitetura, criador de histórias em quadrinhos e produtor de
cinema de animação.
Inicialmente, comente um pouco
sobre a sua origem e formação.
Fale de sua trajetória até esse momento.
Em 2003, surgiu o convite de um
amigo pra produzir um teaser promocional para o projeto de animação chamado
“Águas e Vidas”. Esse teaser serviria para captação de recursos e realização
do filme, mas ocorreram muitos problemas para a
realização desse trabalho e nessa mesma época o Cássio Tavernard iniciava o
projeto do curta “A Onda-Festa na Pororoca” e já havia me convidado para
participar. Como o “Águas e Vidas” tinha empacado,
algumas pessoas, que estavam nesse projeto foram arrastados pela “Onda”, e assim produzimos o curta que inicia esse boom
da animação no Pará. Em 2005, dirigi e produzi o curta “Admirimiriti” que já
participou de vários festivais e mostras em diferentes regiões do Estado, chegando até a França. Em 2009, dirigi e produzi o Muragens - Crônicas de um Muro,
que foi o primeiro curta paraense na Mostra Competitiva do Anima Mundi 2009. Participou
do Festival Monstra (Portugal) e Animasivo (México), e em 2010 ganhou o prêmio
de Melhor Animação no FestCine Amazônia (Rondônia) e o prêmio de Melhor
Curta-metragem de Ficção no Festival Noites com Sol (Pará). Em 2012 foi a vez
do curta “Nossa Senhora dos Miritis”, prêmio do edital do Ministério da
Cultura, que também competiu no Anima Mundi 2012, participou do Anima Mundi
Itinerante 2012 e este ano está no Festival Internacional do Cinema Infantil.
Ano passado, com o patrocínio do Banco da Amazônia, lançamos o DVD Miritis que
contém os curtas “Admirimiriti”, “Nossa Senhora dos Miritis” e o documentário
”Miriti-Miri”.
Como foi essa
transição dos quadrinhos para a produção do cinema de animação?
A história do cinema de animação
está repleto de autores de quadrinhos que flertavam com animação. Winsor
MacCay, criador do personagem Litle Nemo, grande sucesso na década de 20, é
considerado um dos precursores da animação. Comigo não foi diferente, eu também
acabei passando dos quadrinhos para a animação, mas sem a pompa do MacCay que
era um mestre dos desenhos. Acho que produzir histórias contadas em sequências
de imagens tem uma relação muito forte com o próprio cinema. Por um lado, os
quadrinhos se aproximam da literatura no que se refere ao texto escrito, e por
outro ao cinema, com seus diversos tipos de enquadramentos para contar uma
história, e assim ditar um ritmo de leitura. Apesar de algumas pessoas
classificarem os quadrinhos como um tipo de literatura, acredito que se trata
de uma linguagem específica. Atualmente, estou mais fascinado com as
possibilidades gráficas infinitas das animações, onde tudo é possível, tanto na
forma, quanto no movimento. É justamente essa liberdade de criação que me
fascina. O curta Muragens - Crônicas de um Muro, que produzi em 2009, é um
divisor de águas pra mim, pois ali pudemos exercitar bem esse potencial
expressivo que animação permite.
O que estais pesquisando ou
produzindo atualmente?
Recentemente, concluí as
animações do curta “Quem Vai Levar Mariazinha pra Passear” que foi premiado no
edital “Curta Criança” do ministério da Cultura e Tv Brasil. O curta, dirigido
por André Mardock, é adaptação de um espetáculo teatral, de mesmo nome, de
Ester Sá e Maurício Franco. O filme trás ação direta (filmado com atores) e
animação com personagens criados com recortes de papel, e foi aí que eu entrei.
No momento, inicio as animações de uma série de três curtas de um minuto
chamado “Para Vler Poesia” do meu amigo Marcílio Costa, que foi um dos
contemplados no edital de animação da Tv Cultura, que deve ser concluído até
setembro deste ano. E depois desse, já emendo em outro projeto, o “Pedaços de
Pássaros” outra parceria com o Marcílio, que acaba de ser premiado no edital de
curta metragens do Ministério da Cultura. É um ótimo momento em minha carreira
para a afirmação deste caminho que escolhi.
Como o cinema de animação pode
estar inserido em ambientes educacionais (escolas, fundações, ONGs)?
Como é possível formar novos
produtores?
Sou professora Lindalva Fernandes coordenadora do projeto recicleia adote essa idéia e gostaria de ter o seu contato para trocarmos idéias.penso em transformar a cartilha recicléia em desenho animado e preciso que vc conheça a nossa proposta para quem sabe avançarmos nesta ideia.
ResponderExcluirPara saber mai acese o blog da recicleia adote essa ideia ou pelo meu email dalvalin.fernandes1@hotmail.com.
Aguardo contato.