“As grandes revoluções artísticas
não são do feitio nem dos dominantes (temporalmente) que, aqui como alhures,
não têm nada a criticar a uma ordem que os consagra, nem dos dominados tout court, frequentemente condenados
por suas condições de existência e suas disposições a uma prática rotineira da
literatura (arte) e que podem fornecer tropas tanto aos heresiarcas quanto aos
guardiões da ordem simbólica. Elas competem a esses seres bastardos e
inclassificáveis cujas disposições aristocráticas, muitas vezes associadas a
uma origem social privilegiada e à posse de um grande capital simbólico (...),
encorajam uma profunda ‘impaciência dos limites’, sociais, mas também
estéticos, e uma intolerância, altiva com todos os comprometidos com o século.”
(BOURDIEU, Pierre. As Regras da
Arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.)
Pierre Bourdieu
(França, 1930) estudou no Liceu Louis-le-Grand em Paris. Ingressou na École
Normale Supérieure onde estudou Filosofia. Serviu como militar francês na
Argélia. Estudou Antropologia e Sociologia. Tornou-se professor nas
Universidades de Sorbonne e Lille. Especializou-se em Sociologia Clássica
(Durkheim, Weber e Marx). Foi fundador e diretor do Centro Europeu de
Sociologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário