sexta-feira, 30 de julho de 2010

BNDES Apoia com R$ 6,5 Milhões Restauro de Obra de Portinari Exposta na ONU


Painel “Guerra e Paz”, uma das principais obras do pintor, será exposto no Brasil.

A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou apoio de R$ 6,5 milhões para restauro e exposição no Brasil dos painéis “Guerra e Paz”, de Cândido Portinari, instalados desde 1957 no saguão do edifício-sede da ONU, em Nova Iorque. Os recursos serão destinados à Associação Cultural Cândido Portinari, responsável por trazer a obra para o Brasil e pela organização de exposições.

O apoio do BNDES será feito por intermédio do Fundo Cultural, gerido pelo BNDES Procult, programa voltado para investimentos na área cultural, com recursos não reembolsáveis. Os painéis medem 14 m x 10,58 m e 14 m x 9,35 m e foram presenteados pelo Brasil à ONU. A restauração será executada em ateliê aberto ao público no Palácio Gustavo Capanema ou no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em aproximadamente quatro meses.

O apoio do BNDES engloba desmontagem, transporte, restauro e o armazenamento dos painéis enquanto durarem as obras, previstas para três anos, no prédio da ONU. O BNDES também patrocinará uma exposição do mural no Rio. Outras exposições poderão ser realizadas durante a reforma da ONU, com patrocinadores específicos para esses eventos.

Os painéis constituem uma das obras mais emblemáticas do pintor paulista Cândido Portinari e são também instrumentos de difusão da arte e cultura do Brasil no exterior. Os painéis foram uma encomenda do governo brasileiro a Portinari e a intenção era que o Brasil expusesse na ONU uma obra representativa de sua arte e sua cultura.

Pintados em um galpão da TV Tupi, em Botafogo, os painéis levaram quatro anos para serem concluídos em função do tamanho e da complexidade do trabalho. Portinari estava proibido de pintar pelo seu médico. O artista sofria de envenenamento pelas tintas que usava. Mesmo assim, insistiu em pintar as obras que iriam para a ONU. Acabou morrendo em 1962, por conta desse envenenamento.

Portinari não foi convidado para a inauguração dos painéis nas Nações Unidas devido a suas posições políticas, já era ligado ao Partido Comunista. Nas décadas de 1940 e 1950 os EUA viveram um período de intenso combate às ideias comunistas, liderado pelo então senador Joseph McCarthy.

A restauração dos painéis está relacionada às obras de modernização do prédio das Nações Unidas, construído entre 1947 e 1952. Para a realização da reforma, a ONU considerou mais adequado retirar do local as várias obras de arte representativas dos países-membros, uma vez que correriam riscos desnecessários se permanecessem no prédio. Além disso, trata-se de oportunidade única de serem expostas em seus países de origem.

Imagem: Luiz Rampelotto
Texto: Revista Fator

sábado, 24 de julho de 2010

Revista ‘Ars’ é Incluída na Scielo


Visando incentivar a produção artística e cultural brasileira, oferecer a artistas, professores de arte e pesquisadores, atuantes no Brasil e no Exterior, em início de carreira ou com trajetórias profissionais já consolidadas, o fórum privilegiado de debate e intercâmbio de conhecimentos que a vida acadêmica pode propiciar, assim como, constituir-se em uma instância de crítica e revigoramento recíprocos para o meio acadêmico, artístico e cultural, favorecendo uma presença propositiva da Universidade na sociedade brasileira, a Ars, revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), acaba de ser incluída na lista de publicações da Scientific Electronic Library On-line (SciELO).

O propósito desta inclusão? Buscar o nível de excelência acadêmica na pesquisa artística, cultural e científica, o incentivo do diálogo das artes visuais com outras áreas da produção cultural e científica e a formação de um público leitor especializado na área artístico-cultural, público este ainda incipiente no ambiente brasileiro. Editada pelos professores Gilberto Prado, Sônia Salzstein e Marco Giannotti, a publicação visa a intervir na discussão sobre arte, propondo um foco ampliado na abordagem das artes visuais no país. De acordo com Prado, professor do Departamento Artes Plásticas e um dos editores da revista, "Para nós, é de extrema importância porque, além de mais visibilidade, a inserção na SciELO valoriza a área de artes. A grande vantagem é o próprio acesso que a rede possibilita a pesquisadores, estudantes e artistas...Além da revista Anais do Museu Paulista, que é mais voltada para temas de preservação do patrimônio, a Ars é a única de artes visuais da coleção SciELO".

A edição atual, de número 14, traz um ensaio gráfico, além de artigos que versam sobre pintores como Paul Cezzane e Eduardo Sued, economia política da arte moderna, entre outros temas. Em agosto, será lançado o número 15. Também, a relação de Sophie Calle com dois textos ficcionais, de autoria de Hervé Guibert e Paul Auster, permitindo discutir um ponto central de sua poética: a atuação como performer, colocada por alguns críticos sob o signo do situacionismo. Como suas performances envolvem uma narrativa, foram analisados seus aspectos fotográficos e verbais, tendo como epicentro Suíte veneziana (1980). O questionamento? Qual o papel da fotografia nas narrativas de Calle, nas quais ela é personagem de si mesma. A fotografia vista como vestígio de acontecimentos reais cujo aspecto documental corrobora a neutralidade dos relatos escritos. Fruto de um gesto performático, o qual, ao designar determinados fatos, converte a realidade em imagem. Mais informações sobre a SciELO: www.scielo.br.

Imagem: ECA/USP
Texto:Rosemary dos Santos (pós-doutora em cognição, leitura e literatura pela USP-RP)

Site do Programa de Pós-graduação da ECA/USP

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Visuais Artistas: Muitas Flores Contra a Ditadura


Lucia Gomes leva para a galeria do MHEP sua interferência virtual “aBRa ”.

Poucos enxergariam as correntes, aquele tipo de mensagem eletrônica não solicitada enviada em massa, como uma forma de arte. Entretanto Lucia Gomes é uma dessas raríssimas exceções. Na exposição “aBRa - Abertura dos Arquivos da Ditadura (1964 - 1985)”, a artista paraense reúne uma série de fotografias criada inicialmente como um spam. O projeto nasceu de uma série de intervenções virtuais que consiste basicamente no envio de fotos de flores como uma crítica à impunidade dos crimes cometidos pelos militares durante a ditadura no Brasil.

“É uma subversão daquela antiga brincadeira ‘peque esse anelzinho e não diga nada a ninguém’ para ‘pegue essa florzinha conte tudo a todos’. As flores são uma metáfora para a dor dos torturados e desaparecidos e um sinal de esperança para que os que ainda lutam para que algo tão horrível quanto a ditadura nunca mais aconteça”, explica a artista.

A exposição sai do meio virtual para ganhar pela primeira vez espaço no Museu Histórico do Estado do Pará. Formada por dois ambientes, o evento irá contar com uma sala escura com projeções de fotos digitais de flores e uma “sala de memória”, composta por recortes de notícias, fotos e documentários a respeito do período. “É uma questão de resgate da nossa história, porque só vamos reconquistar nossa dignidade como cidadãos quando a verdade for revelada e os culpados forem punidos”, diz Lúcia.

SÉRIE

O aBRa faz parte de uma série de trabalhos temáticos da artista sobre a violência no país. Tudo começou em 2007, quando ficou estarrecida com notícia de que uma menor havia sido presa em uma cela cheia de homens no interior do Pará e submetida a uma série de abusos por vários dias. Do choque, surgiu a obra “Nem que L. tenha 100 anos”, uma foto que retrata uma colher servindo um tufo de cabelo arrancado da cabeça da performer. “Quando eu começo a pesquisar a fundo a questão da violência no Brasil, percebo que ela se recrudesce durante o período ditatorial. Criou-se toda uma cultura de violência e barbárie do país que mesmo hoje, 30 depois do fim da ditadura, ainda não foi desmantelado”, afirma.

NEGÓCIO DA CHINA

Além da exposição em Belém, Lúcia Gomes apresenta este mês uma mostra coletiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Intitulada “Me Manda Pra China”, a performance consiste em um contêiner que será recheado por produtos chineses danificados doados pelo público. “É uma critica ao consumismo desenfreado que nós vivemos. Algo barato, massificado e sem substância. Minha vontade era mandar de volta para o país de origem assim que estiver cheio”, conta.

SERVIÇO

A exposição aBRa - Abertura dos Arquivos da Ditadura (1964 - 1985) de Lucia Gomes abre hoje, a partir das 12h, no Museu Histórico do Estado (Palácio Lauro Sodré S/N - Cidade Velha). Visitação até dia 19 de setembro. Informações: 4009-9835.

Texto: Diário do Pará
Imagem: luciagomeszinggeler.blogspot.com

domingo, 18 de julho de 2010

Projeto Arte do Século XX/ XXI - Visitando o MAC USP na Web



Através de uma viagem virtual pela coleção, conheça os artistas-atores e as obras-personagens da Arte do século XX e XXI. "Acervo do MAC - on line" é parte do projeto Integrado de Pesquisa apoiado pelo CNPq, de natureza multidisciplinar, envolvendo a História da Arte do século XX e XXI, Museologia e Informática, visando de um lado um sistema de bases de dados e de outro hipertextos na internet, dando visibilidade às obras da coleção do MAC USP.

"Arte do século XX e XXI, Visitando o MAC na Web" é uma das resultantes. Trata-se de uma História da Arte do século XX e XXI, a partir das obras e de seus artistas, da coleção do MAC USP, dividida em módulos.

Responsável : Profa. Dra. Daisy V.M. Peccinini

Texto e imagem: MAC/USP

Site Arte do Século XX/XXI - Visitando o MAC USP na Web

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ensino de Artes Será Obrigatório na Educação Básica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou lei que obriga o ensino de Artes em todos os níveis da educação básica. A decisão foi publicada na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União.

A Lei 12.287, de 13 de julho de 2010, altera o segundo parágrafo do artigo 26 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Pela nova redação, os currículos do ensino fundamental e médio devem conter o "ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais". O objetivo, diz o texto, é "promover o desenvolvimento cultural dos alunos".

Texto: Estadão

terça-feira, 13 de julho de 2010

Instituto de Artes do Pará Abre Concurso de Bolsa para o Exterior


Esta edição da Bolsa contemplará projetos de experimentação e criação artística nas diversas linguagens que constituem o campo de pesquisa em artes visuais, dentre elas: desenho, pintura, escultura, gravura, fotografia, instalação e vídeo-arte. O artista residente terá à sua disposição a estrutura da cooperativa de ateliês Meduse, em Quebec, no Canadá, instituição reconhecida como importante centro de pesquisa e de difusão da arte contemporânea na região.










Mais informações:
Assessoria de Marketing Cultural e Comunicação Social
Márcia Carvalho (9999-4563) Tylon Maués (9942-2806)
Telefones: 4006-2945/ 2918
E-mail: iapcomunicacao@gmail.com

Imagem e texto: IAP

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Circuito Oferece Panorama da Produção dos Artistas da Bahia


Um período de 16 dias é suficiente para visitar, sem pressa, dez lugares onde se pode encontrar mais de 300 obras de arte criadas por cerca de 100 artistas baianos. Os números dão conta da dimensão do Circuito das Artes, evento que chega à sua quarta edição neste sábado e segue até o dia 25, com uma programação que pretende oferecer um panorama da produção local na área de artes visuais.

A proposta, que partiu da Galeria Acbeu e inicialmente se restringia aquele espaço, cresceu. Foi em 2006 que ganhou a configuração e o nome de um circuito, sob a coordenação da artista plástica Eneida Sanches. Aos espaços expositivos localizados no Corredor da Vitória, juntaram-se outros, do Campo Grande, Canela, Graça e Solar do Unhão, o que acabou abrindo espaço para o aparecimento de cada vez mais artistas.

O Circuito das Artes, que conta com apoio institucional do Fundo de Cultura e do Governo da Bahia, tem curadoria de Rita Câmara. Para ela, o desafio de selecionar os quase 100 artistas que participariam da mostra foi vencido com tranquilidade. “Porque não tínhamos a intenção de estabelecer um recorte específico. Queríamos dar ao circuito uma função, que era justamente a de apresentar trabalhos diferenciados”, justifica.

“Estamos mais preocupados em promover a relação entre a arte, o público e o artista”, acrescenta Eneida.

Imagem: Pintura do artista Eliezer Nobre
Texto: Daniela Castro, do A Tarde.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Bienal Naïfs do Brasil 2010


Realização do SESC São Paulo, Bienal Naïfs do Brasil 2010 terá 111 obras de 80 artistas, oriundos de quinze estados brasileiros. A mostra, que atinge sua 10ª edição, acontece entre os dias 19 de agosto e 12 de dezembro, na unidade SESC Piracicaba.

Os 376 artistas inscritos, representando 22 estados brasileiros, foram submetidos à seleção do júri, que contou com Geraldo Edson de Andrade, Ricardo Amadasi e Vilma Eid. Dentre as obras escolhidas estão “O Engenho” e “Montanhas”, do capixaba Neve Torres; e “O Vendedor de Aipin” e “O Ordenhador de Cabras”, do paulistano João Generoso, que obtiveram o Prêmio Destaque-Aquisição.

Já o Prêmio Incentivo contemplou Carmézia Emiliano (RR), pelas obras “Dança do beija flor” e “Cereia”; Eliana Silveira de Andrade (MG), por “Cidade de interior” e “Lembranças”; Euclides de Almeida Coimbra (SP), por “O galo da madrugada” e “Vamos tirar o Brasil da gaveta”; Marconi Parreiras (MG), por “Marconi na rua Marconi” e “Boi na mata”; e Milton Cardoso da Costa (RJ), por “Lixo homem”.

Por fim, o júri atribuiu Menção Especial aos artistas Alencar Claret Duarte da Silva (SP), por “O Engolidor de Sapo”, Antonio Fernando Vieira da Silva (RJ), por “Exposição Comemorativa dos 44 Anos da Pintura Brasileira” e “Fim de Tarde Num Certo Bar com Música Da Lapa no Rio”; Antonio Francisco da Costa (CE), por “Tatu” e “Beija-Flor”; David Augusto Sobral (SP), por “Boca Grande” e “Águia Gigante”; e Nilson Pimenta da Costa (MT), por “À Macacadas” e “Derrubada Proibida”.

Além das 80 obras, a Bienal Naïfs do Brasil 2010 terá ainda a Sala Especial “Arte Sem Fronteiras”, com curadoria de Maria Alice Milliet e uma extensa proposta voltada para arte-educação, que vai incluir ateliês abertos, oficinas, cursos, palestras, visitas orientadas e apresentações artísticas.

Organizado desde 1992, o evento reúne a produção artística caracterizada pela estética de arte ingênua, espontânea e instintiva, conhecida como naïf ou naïve. Sua origem ocorreu seis anos antes, por ocasião da primeira exposição a reunir 19 artistas plásticos no projeto “Cenas da Cultura Caipira”, realizado pelo próprio SESC Piracicaba. Ao longo de sua trajetória, a Bienal Naïfs do Brasil tornou-se referência para artistas, pesquisadores, colecionadores e galeristas que possuem vínculo com o gênero.

Sala Especial – Batizada de “Arte Sem Fronteiras”, a Sala Especial, com curadoria da pesquisadora e crítica de arte Maria Alice Milliet, reunirá trabalhos de artistas premiados em edições anteriores e outros com carreiras artísticas consolidadas, que exploram linguagens capazes de tocar o imaginário do homem contemporâneo, sem recorrer a categorias como “arte popular” ou “arte erudita”.

A proposta é valorizar os artistas que foram revelados pela Bienal Naïfs do Brasil ao longo destes 18 anos, alguns com obras premiadas e adquiridas pelo SESC São Paulo, atualmente integrantes do acervo da instituição – e mostrar como dialogam com produções já inseridas no mercado de arte dos grandes centros urbanos.

Texto: Dasartes
Imagem: Aecio - Obra: "A Volta do Circo"

domingo, 4 de julho de 2010

Masp Exibe Ampla Mostra de Evandro Carlos Jardim


A cidade é sempre uma tentativa de paisagem para Evandro Carlos Jardim. "Não há compromisso forte com a verossimilhança dos lugares, mas captar uma atmosfera, seu entorno, aquele invisível que fica guardado no visível, o ícone, a terceira imagem", diz o artista no Masp em frente de uma parede com mais de 60 gravuras de uma série a qual ele se dedica desde a década de 1970 até hoje.

É que nas criações de Carlos Jardim, em campos diversos como o gráfico, o pictórico, o escultórico e até o fotográfico, um repertório comum de figuras se faz presente: elas vão e voltam ao longo dos anos e em diferentes obras, juntam-se ou isolam-se, ficam coloridas ou em preto e branco. Enfim, deixam de ser simples representação para se transformar em entidades metafóricas. É o que se pode ver na ampla e bela exposição que o artista apresenta a partir de hoje para o público no Masp.


Em 1973, Evandro Carlos Jardim, hoje, com 75 anos, exibiu no mesmo museu a mostra A Noite, No Quarto de Cima, O Cruzeiro do Sul, Lat. Sul 23º32?36?? Long.W.GR. 46º37?59, com curadoria de Pietro Maria Bardi. Agora, o artista faz revisão dessas criações, apresentando os originais daquela exposição emblemática (em que seus trabalhos foram expostos nos cavaletes de vidro criados pela arquiteta Lina Bo Bardi) junto de obras novas - muitas delas, inéditas. Entretanto, esse diálogo entre os tempos se faz de maneira natural, porque é uma característica da produção do artista o ir e vir dentro de uma poética muito própria. Sendo assim, tanto em gravuras como em pinturas estão registros interpretados, como diz o artista, de acontecimentos que colheu na paisagem da cidade São Paulo, a partir de visões de cenas de caráter afetivo e íntimo também e criações de naturezas-mortas.

Além das 250 obras presentes na exposição, o artista produziu em parceria com a Imprensa Oficial do Estado um pequeno livro (plaquete) com 20 imagens impressas em dois tons de preto, edição com projeto gráfico do fotógrafo João Luiz Musa. Também dentro da mostra, Carlos Jardim oferece conjunto de gravuras originais para serem manuseadas pelo público entre as várias atividades que serão feitas pelo serviço educativo do Masp, coordenado por Paulo Portella. Em uma vitrine estará obra feita em 1971 pelo artista, um diploma oferecido a uma autoridade do Governo Federal, a pedido de Bardi e com texto de Wesley Duke Lee.

Evandro Carlos Jardim - Masp (Av. Paulista, 1.578). Tel. (011) 3251-5644. 11h/18h. (5ª, 11h/20; fecha 2ª).(3ª grátis). Até 15/08.

Texto: AE - Agência Estado
Imagem 1: Luiz Machado. Ateliê do artista plástico Evandro Carlos Jardim.
Imagem 2: Obra:"Estras Irregulares Sobre o Vidro Fantasia Brilhante" - MASP

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Orixás Guiam Leitor em HQ Sobre Contribuição Africana Para o Brasil



"Esta não é uma história comum. É a história – ou parte dela – de um povo e de sua contribuição para uma nação". É por meio desta afirmação que o leitor entra em um universo repleto de verdes, águas, terra, magia e realidade, numa mistura de cores, sons e cheiros que parecem criar vida e sair do papel nas 90 páginas do livro em quadrinhos AfroHQ. A publicação será lançada nesta sexta (02), às 19h, na Livraria Cultura, no Recife.

O texto e a pesquisa são do sociólogo Amaro Braga, professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e os desenhos e a pintura são das arte-educadoras Danielle Jaimes e Roberta Cirne.

O AfroHQ, aprovado em 2008 pelo Funcultura, enfoca com riqueza de detalhes e sensibilidade a contribuição da cultura africana na formação do povo brasileiro e dá continuidade ao trabalho de uma equipe que vem colaborando através da arte dos quadrinhos para que as crianças e jovens possam conhecer esta história. Este já é o sétimo álbum criado por eles. Os outros trataram da contribuição judaica e dos heróis da Restauração Pernambucana

Narrada pelos orixás, a aquarela passeia pela origem do homem na África, passando pela escravidão, a construção do Brasil, o povoamento, suas contribuições materiais e imateriais até as manifestações da cultura popular.

É possível entrar em contato com a dança, a música, as relações familiares, a culinária, o artesanato e até a política, através de personagens históricos e outros criados para contar a história.



Personagens - Entre os personagens históricos o leitor vai encontrar Zumbi, no Quilombo dos Palmares, e Malunguinho, na Mata Norte de Pernambuco. "Não floreamos nenhum dos fatos históricos, nem os excluímos. Tentamos o impossível: reunir as visões positivas e negativas que são defendidas na academia e nos movimentos de cultura negra, que, como muitos devem saber, às vezes se antagonizam", explica Amaro Braga.

Para cumprir a missão, a equipe contou com consultores especializados que analisaram o trabalho e deram sugestões ao longo do desenvolvimento, como a professora Zuleica Dantas Pereira Campos, pós-doutora em Ciências da Religião (UMESP) e coordenadora da pós-graduação em História e Cultura Afro-brasileira da UNICAP e a professora Josinês Barbosa Rabelo, assistente social, mestre e doutoranda em Desenvolvimento Urbano pela UFPE.

"A ideia foi criar um material que pudesse ajudar os professores, resgatando as bases de vários elementos: históricos, religiosos, étnicos, míticos e linguísticos. É uma introdução que pode estimular o aprofundamento a partir de várias disciplinas, entre elas História, Português, Geografia, Literatura", acrescenta Amaro. "Sou um entusiasta, envolvido desde o início de década de 90 com uma militância na defesa artística e pedagógica das histórias em quadrinhos", diz.

Serviço
AfroHQ: História e Cultura Afro-brasileira e Africana em Quadrinhos
Lançamento dia 02 de julho, às 19h, na Livraria Cultura
Autores: Amaro Braga, Danielle Jaimes, Roberta Cirne
Editora: Amaro Braga (do autor)
Ano: 2010
Número de páginas: 90

Publicado por Taiza Brito / blog Viva Pernambuco

Link: blog Viva Pernambuco